Comprometedora
É promíscua a conversa entre o presidente Michel Temer e o empresário Joesley Batista. Há, neste contexto, no mínimo, crime de prevaricação. A intimidade com que um chefe de Estado trata o empresário, conversando abertamente sobre manutenção de esquemas, pagamentos de propinas embrulha o estômago. Estavam no Palácio Jauru, mas pareciam estar numa varanda tomando cerveja e esperando a carne ficar pronta. Indiscutível que a revelação do áudio da conversa, torna o governo de Temer sem condições de ir adiante. Analistas apostam que a renúncia é só uma questão de tempo. Entidades como a OAB defendem a renuncia. O atual governo não tem mais razão de ser. A ideia reformista esbarra no Congresso, que já paralisou a votação das reformas trabalhista e previdenciária. Retomar a tramitação dos projetos vai requerer um esforço redobrado e a que preço? Impeachment, renúncia ou julgamento pelo TSE? Eis a questão.
Hipóteses
Se depender do vice-líder do governo na Câmara, o gaúcho Darcísio Perondi, os três pedidos de impeachment protocolados pela oposição entre a quarta-feira à noite e ontem, serão arquivados. Renunciar seria confissão de culpa e, apesar de indicado até por aliados, é o mais duro entre as alternativas. Resta o julgamento da chapa Dilma-Temer, cuja primeira sessão está marcada para o dia 6 de junho pelo TSE.
Pressão
O Jornal O Nacional ouviu ontem dois historiadores para contextualizar este momento vivido pelo Brasil. É consenso que estamos passando por uma crise política sem precedentes. Mas, também é consenso que o Brasil precisa virar esta página sem grenalizar a disputa. A democracia é recente e ela deve ser fortalecida. Sairemos disso tudo muito melhor do que entramos. Não é A contra B, mas a corrupção entranhada no Estado Brasileiro contra o cidadão de bem.
Respeito
Não desfaçam suas amizades por ideologias, porque elas não estão em debate neste momento. Respeitar a opinião do outro é princípio básico da democracia. Tudo está na Constituição. Aplique-se!