Brincando com a chuva
Choveu, chove e choverá. A mesma água que representa vida, também se transforma em desgraça quando em excesso. A chuvarada é um fenômeno natural que pode ter tristes consequências pela má-conduta humana. Começa pelo fato de habitar áreas de alagamento, passa pela falta de planejamento urbano e é agravada pelos detritos que espalha. Sim, mas e quando chove em excesso, como agora? Culpa da natureza? Não. Como não é habitual, é um fenômeno. Porém, esse fenômeno é natural, pois pode acontecer em períodos aleatórios. Mas nós, os racionais, atiramos a culpa na natureza. Esquecemos de que já sabíamos que volta e meia acontecem cheias, enchentes, alagamentos e inundações. Portando, tudo isso é previsível. São situações que conhecemos bem. Talvez, ainda não aprendemos a lidar com elas.
Chovendo no molhado
Nos últimos dias jorrou muita água. Enchentes em muitos pontos do Rio Grande do Sul que, em alguns casos, transformaram-se em inundações. Situações de emergência aqui e em outros estados. E, segundo a Dona Meteorologia, nesta semana continua o aguaceiro. Essa previsão não é nada boa. Depois de tanta chuva o solo está bastante encharcado e, com mais chuva, aumentam os riscos de alagamentos e desmoronamentos. Um perigo iminente não apenas para as áreas já atingidas. Devemos ficar atentos aos possíveis alagamentos nas cidades e também às quedas de barreiras nas estradas.
Na beira do rio
Em algumas cidades as enchentes são cíclicas e, portanto, um fenômeno aguardado. E não adianta colocar a culpa em ninguém. É o caso de muitos locais escolhidos pelos imigrantes europeus, que se instalaram em áreas de solo fértil à beira de rios. Nesses vales, de tempos em tempos, ocorrem inundações. São locais classificados como áreas de inundações, mesmo que fiquem muitos anos sem registar problemas. É o exemplo de Blumenau, seguidamente atingida pelas águas do Rio Itajaí-Açu. Nessas mesmas áreas, as enchentes também são mais frequentes e atingem a população ribeirinha.
Pensando na chuva
Já os alagamentos urbanos, também ocorrem em consequência de fenômenos naturais. Nas cidades o ser humano ainda dá uma mãozinha para piorar a situação. O desleixo com o lixo, sacolas plásticas e outros entulhos acaba agravando a situação. Aí um rápido alagamento se transforma em uma perigosa inundação. Isso geralmente acontece naqueles mesmos locais, áreas próximas aos rios e galerias. Ocorre que não pensamos muito na chuva do futuro e, raramente, encontramos uma cidade que tenha esgotos pluviais planejados para um extraordinário volume de água. Basta uma pancada forte de chuva para inundar ruas e calçadas. Depois que a chuva passa, parece que nos esquecemos de que ela vai voltar. Tomara que alguns pingos dessa chuvarada refresquem a consciência. Está na hora de planejar e construir pensando (grande) na chuva de amanhã.
Trilha sonora
Em 1967, a Bossa Nova era moda nos Estados Unidos e o pianista Sérgio Mendes estava em alta com seu Brasil’66, que reuniu músicos brasileiros e norte-americanos e as vocalistas Lani Hall e Janis Hansen. Com produção do trompetista Herb Alpert, gravou Jorge Ben Jor: Chove chuva.
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