A importância social, a conexão com a cidade e a revitalização da área verde são alguns dos aspectos que fizeram o projeto e obra da Gare serem um dos 10 selecionados do Prêmio de Arquitetura Instituto Tomie Ohtake AkzoNobel, que revelou neste mês de junho, dentre os 184 inscritos, os projetos que foram destaque na cena contemporânea brasileira.
O projeto e obra da Gare, que foi inscrito no prêmio por Pedro Lira, arquiteto responsável pela obra, já vinham sendo bem aceitos, segundo ele, por publicações brasileiras e internacionais para onde já haviam enviado material antes. “Acredito que seja uma obra de destaque no cenário nacional de obras públicas dos últimos anos e pelo seu grande impacto positivo na população. O prêmio é muito importante no cenário nacional, e sendo o projeto de grande impacto social acreditei que seria muito adequado participar”, explica.
Para ele, o fato de ter sido selecionado pode ser atribuído à importância do projeto para a cidade, “na mesma proporção é para mim e equipe. Acredito que tenha sido escolhido pela sua importância social e por unir no mesmo projeto distintas escalas”, salienta. As escalas, conforme argumenta o arquiteto, são “a urbana em uma cidade de 185 mil habitantes – pela conexão do parque com a cidade e revitalização do seu principal espaço público; escala paisagística – através do desenho do parque, suas áreas verdes e caminhos; e escala da arquitetura – através da implantação de infraestruturas de grande importância para a comunidade local, como a Feira do Produtor, que promove a agricultura familiar, e a biblioteca”, avalia.
Neste mês de junho completou um ano que o Parque da Gare foi entregue revitalizado para a população de Passo Fundo. “Durante este tempo, a Gare já recebeu reconhecimento pela sua qualidade urbanística e arquitetônica em diferentes publicações técnicas do mundo. Essa valorização da qualidade arquitetônica do espaço urbano coloca Passo Fundo no mapa de cidades inovadoras”, salienta a secretária de Planejamento, Ana Paula Wickert. Ela lembra ainda que espaços públicos de qualidade são importantes fomentadores de transformações sociais, qualificando as relações do cidadão com sua cidade, melhorando a qualidade de vida, tornando a cidade agradável e atrativa para seus moradores.
O Prêmio
O Prêmio de Arquitetura Instituto Tomie Ohtake AkzoNobel busca reconhecer as produções arquitetônicas de destaque na cena contemporânea brasileira, valorizando as formas inovadoras de pensar e construir o espaço social, contribuindo, assim, com o desenho do panorama atual da arquitetura nacional nos seus mais variados contextos.
O Prêmio é uma parceria entre o Instituto Tomie Ohtake e a AkzoNobel, e se insere nas perspectivas do Instituto, enquanto instituição cultural, ao promover iniciativas no campo da arquitetura e urbanismo, das artes plásticas e do design.
O Prêmio tem como público-alvo arquitetos brasileiros ou estrangeiros (residentes no Brasil há pelo menos dois anos), com até 45 anos de idade e com projetos arquitetônicos construídos durante os últimos dez anos.
O Instituto
O Instituto Tomie Ohtake, inaugurado em novembro de 2001, destaca-se por ser um dos raros espaços da cidade de São Paulo especialmente projetado, arquitetônica e conceitualmente, para realizar mostras nacionais e internacionais de artes plásticas, arquitetura e design.
Como homenageia a artista que lhe dá o nome, o Instituto desenvolve exposições que focalizam os últimos 60 anos do cenário artístico, ou movimentos anteriores que levam a entender melhor o período em que Tomie vem atuando, organizando mostras inéditas no Brasil como Louise Bourgeois, Josef Albers, Yayoi Kusama, Salvador Dalí, Joan Miró, entre outras.
Além de um programa de exposições marcante na cena cultural brasileira e que se desdobra em outras atividades como debates, pesquisa, produção de conteúdo, documentação e edição de publicações, o Instituto Tomie Ohtake desenvolve, desde a sua fundação, ampla pesquisa no ensino da arte contemporânea. Por isso, foi pioneiro na criação de novos processos para a formação de professores e de alunos das redes pública e privada, além de realizar uma série de atividades dirigidas ao público em geral e projetos de estímulo ao desenvolvimento da produção contemporânea.