OPINIÃO

A coivara política

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Os focos de incêndio que invadem áreas verdes, devorando preservação às margens de rios que nos alimentam e onde nos dessedentamos, a atmosfera ardente e a fumaça sufocante, em milhares de áreas brasileiras, - assemelham-se ao cenário político. A dinâmica democrática ainda segura a derrocada. O presidente ensaiou viagens ao exterior para dizer que está solucionando a crise. Simultaneamente corriam imagens da corrupção solta que seguiu afrontando a dignidade nacional. A imagem do país ficou semelhante à gleba em coivara. É preciso dissipar a camada de cinzas que atormenta o sentimento nacional pela devastação da corrupção. Lamentavelmente tudo depende dos 342 votos dos deputados federais para que se autorize um processo de julgamento no Supremo sobre as acusações. A ação do governo Temer é para impedir o julgamento, já que as etapas inauguradas na comissão especial parlamentar versam somente sobre a autorização para submeter à Justiça. No poder, o presidente denunciado exacerba nos meios, como era esperado. Enquanto o poder no Executivo reafirma a posição de não se submeter ao julgamento do STF, o presidente joga perdulário manipulando verbas públicas, para obter a maioria de votos na casa do povo. Com o dinheiro do povo. A consciência democrática, sem a força para reagir, pressente que vai faltar égua no descampado da coivara. Mesmo assim o que resta é esperar que brotem folhas verdes no campo escuro. A esperança, mesmo chamuscada pelas labaredas da indecência, é o que parece ser nosso estado democrático de direito.

No Jaburu

Incrível!  No Palácio do Jaburu, subitamente foram implantadas folhagens caras e frondosas, com altura suficiente para formarem uma cortina que impeça a transparência visual interna. Sem foto e sem imagem, os encontros já não são mais vistos entre as garagens.

Tornozeleira e privilégio

O Ministério Público suspeita de privilégio ao investigado deputado Rocha Loures, que foi posto em liberdade condicionada ao uso de tornozeleira. O lépido da mala de dinheiro é íntimo do presidente. Aparentemente não teria importância o fato de investigado ter ou não furado a fila. De qualquer jeito é ridículo.

Vale o plenário

A decisão que vai decidir a abertura ou não de processo contra Temer será tomada em plenário. Serão os dois terços dos votos necessários e pouco prováveis. Conforme o parecer do deputado e advogado Sérgio Svaiter, relator da comissão de Constituição no Congresso, a denúncia ao Michel presidente é juridicamente fundamentada. E deve ser julgada. O problema é que o status jurídico, recomendado pela forma constitucional, moral, e justiça, depende fatalmente dos deputados. Os adeptos de Temer podem, legalmente, impedir isso conquanto obtenham os votos. É a real supremacia política. E isso todos sabemos como funciona na composição do Parlamento.

Ajuda comunista

Se algum partido dito de esquerda agisse como o filho de Donald Trump, na parceria com os russos de Putin, no Brasil seria um comunista detestável. Com o subterfúgio teria ajudado eleger o pai. Ultraconservadores brasileiros, no entanto, entendem que o presidente americano apenas é evoluído. A ética e a ideologia quando misturam suas aparências fazem loucuras na sua essência, ou vice-versa!

Reformas

A reforma trabalhista foi aprovada apressadamente. Tanto situação como oposição têm culpa nisso. A mudança é gigantesca. Essa versão de que vai alavancar empregos é muito estranha.

Retoques:

  • Mesmo com as explicações do governo russo, está difícil acreditar que não se trata de discriminação sexual. O Balé Nureyev perdeu em grandeza de espírito.
  • O Coral Ricordi D’Itália teve momento afirmativo na apresentação na semana passada, na Câmara de Passo Fundo. Interpretou canções italianas na sessão em homenagem à Clínica Kozma.
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