O governo Federal percebeu euforicamente que a agropecuária produz, aumenta a renda do país, fomenta a indústria e garante a alimentação para o povo. Sem maior cerimônia fez do fator de produção primária sua bóia de salvação na deriva política. Preocupa mais o rumo afoito na política de incentivo aos ruralistas. Vejam só! Segundo observadores, o censo projetado para este ano sinaliza o rumo do agronegócio. Vai priorizar a informação de carteiras agrícolas e o negócio da compra e venda de produtos, sementes, insumos, enfim, exportação, negócios internacionais. Nisso a intenção apontada é de criar melhores condições aos grandes e intermediários, na relação com os empreendimentos. Os pequenos e médios produtores, especialmente o florescente minifúndio que abastece nossas cidades, ficarão num segundo plano. Está caindo o incentivo à pesquisa de culturas alternativas. Também não é novidade essa política, a partir das facilidades de acesso a generosos créditos aos maiores. Na estratégia de investimentos vem desprotegida a agricultura familiar, onde ocorre maior desrespeito ambiental, diferentemente da monocultura. Aliás, a barganha da bancada ruralista no Congresso, para impedir avanço das denúncias contra Temer, rende rechonchudas benesses de emendas parlamentares e afronta conquistas de preservação ambiental. Com isso, caem as árvores e a motosserras sobem ao pódio.
Votos de devotos
O Palácio do Jaburu virou visitação dos devotos que juram apego às vantagens urgentes do governo Temer. Parafraseando o Papa Pio XI, aquilo mais se assemelha a um funeral de almas mortas para a consciência política. Enquanto o Presidente admite tudo e contesta a denúncia da PGU como peça de ficção, governa sobre a própria sombra, mas não admite submeter-se a um julgamento. Isso se realmente, autorizado o processo de julgamento pelo Supremo, venha ser reconhecida uma acusação pífia. Então, não seria necessário afrouxar tanto os recursos orçamentários nas ditas emendas aos deputados que assentem à fidelidade de sua inocência. Aliás, o resultado do processo no STF pode ser favorável a Temer. Portanto, arrisca Temer! E serás consagrado perante a opinião pública! Isso, segundo tua própria opinião, e já que nada da acusação é verdade. Simples!
Maia não sorri
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia apresenta semblante severo. Não ri, mas também não chora pelo Temer. Rosto arredondado e pueril sugere ingenuidade e passividade pelas bochechas de “boneca mijona”, mas seus olhos faíscam e brilham quando vê a rampa do Planalto. Se o dia dois de agosto pouco pode mudar para os desejos da oposição, o maior perigo de Temer pode ser seu próprio aliado – Maia!
Saga quatorzeana
Carlos Alberto Romero lançou recentemente sua publicação “96 Anos de Paixão”, sobre a história do G.E.R. 14 de Julho. Inicialmente me detive no encantamento pela apresentação da obra e li rapidamente os textos, mais detido nas legendas, onde pude reconhecer alguns atletas e dirigentes que vi no antigo estádio Celso da Cunha Fiori. Ao completar a primeira leitura voltei ao livro porque senti enorme força de contexto que só um professor, jornalista e primoroso repórter pode conjugar. A publicação é documentário de deliciosas memórias com enorme expressão telúrica. Além das alusões históricas a publicação retoma uma saga de luta pelo time rubro de Passo Fundo com convicção e seriedade. Ao inserir a vindicação patrimonial contra usurpação, faz ressurgir a bandeira da reconquista do patrimônio do 14 de Julho (Vermelhão da Serra), numa reivindicatória de direito e paixão. São muitos aspectos revelados dentre a vida esportiva da cidade, hábitos, costumes, conquistas, cultura e a força educacional no destino de jovens atletas. É o esporte como paixão, mas em todos os capítulos é saliente a demonstração da virtude como força de propulsão do ser humano na vida. O texto e as fotos ganham versão na rivalidade com o E.C. Gaúcho, tornando o vértice da disputa histórica em sublime arte dos cotejos. Parabéns professor Romero pela obra missionária, bandeira e resgate.