Cidade
Nos 160 anos de Passo Fundo a celebração é de uma cidade. Não estou me referindo apenas ao município ou à localidade pela sua população. Estou falando de uma cidade. São muitos os fatores que deram a esta urbe a condição de cidade. Como sou ranzinza por vocação, às vezes reclamo daquilo que não está ao nível de Passo Fundo. Mas, cá entre nós, o que enxergamos de melhor nos outros quintais? A exceção de detalhes isolados, quase nada. Sim, isso mesmo. Então, ranzinzices de economia interna à parte, vamos constatar que as cidades são raridades no mapa. Existem municípios com algum destaque econômico ou com muitos habitantes. Mas não preenchem todos os requisitos para obter a plena condição de cidade. É um patamar que exige história, educação, desenvolvimento econômico e cultural, infraestrutura, qualidade de vida, localização, porte e um magnetismo regional. Assim é Passo Fundo. Vamos celebrar essa Terra de Passagem que tem um rico passado. A sua trajetória não é passageira e quem por aqui passa, admira-se e firma o passo. É o Passinho do cotidiano dos nossos passos.
Varig I
Muito além de uma empresa aérea, a Varig foi reverenciada pelos brasileiros, respeitada pelos estrangeiros e idolatrada pelos gaúchos. Sob o binômio padrão e qualidade, voou para todas as pontas da rosa dos ventos. Sobrecarregada de predicados, também passou por dificuldades. Em 1993, foi à Justiça buscar ressarcimento dos prejuízos causados pelo Plano Cruzado. Era o início de um voo sem rumo, afetado pela turbulência de interesses de políticos e restrições na autonomia financeira. Em 2006, com escancarada omissão governamental (Zé Dirceu?), a Viação Aérea Rio-Grandense pousou para finalizar o mais lindo ciclo da aviação comercial na América Latina.
Varig II
Agora em 2017, quando a Varig completaria 90 anos, enfim a Justiça deu ganho de causa à empresa. Os valores da indenização podem chegar a R$ 6 bilhões. Esses recursos chegarão com no mínimo 24 anos de atraso. Uma demora suficiente para acabar com um ícone, levando funcionários ao desespero e até à morte. Dentre meus amigos que foram pilotos da Varig, hoje alguns voam no Brasil e outros no exterior. É o caso do comandante Werner Niederberger que postou no Facebook: “Sentença óbvia, só que tardia para os trabalhadores. Principalmente os mais idosos e aposentados, que viram suas vidas virarem ao avesso e sem chance de recomeçar”. Enfim, já derreteu a cera das asas de Ícaro.
Melodia
Hoje, não faltam inaptos badalados e talentos menosprezados na música brasileira. O talento de Luiz Melodia merecia muito mais destaque, em meio ao surto de desarranjo musical que rola por aí. Ele saiu do placo na semana passada, mas nos deixou uma obra fantástica. Carioca, Melodia teve a influência do samba da Estácio de Sá e da Jovem Guarda, misturou com uma dose de rock and roll e uma pitada de soul. E assim nasceu um estilo diferente e personalizado: a melodia de Melodia. Letras românticas e contemporâneas interpretaram a sociedade sem disfarces. Esse não era fraco.
Trilha sonora
Em 1975, na trilha da telenovela Pecado Capital, a obra de Luiz Melodia obteve grande propagação: Juventude Transviada
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