OPINIÃO

Trabalho escravo

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As violações nas relações de trabalho, onde o combate vinha ganhando alguma visibilidade, voltam com as costas quentes pela omissão do governo federal. O trabalho escravo, em propriedades rurais mais distantes e na mineração pelos garimpos, vinha combatido com certos avanços, embora os casos de enfrentamento criminoso por parte de exploradores. Esses casos têm resultado em crimes contra a pessoa e o trabalho, ofendendo conquistas principiológicas. A falta de recursos federais que abala a ordem de fiscalização parece obedecer a um sinal de soberba de fortes grupos de poder no governo. A volta ao desrespeito social ao trabalhador favorece grupos criminosos e significa a volta à escravidão. Por certo, esta nova forma de corrupção, que reduz a repressão ao crime, é caso pensado, e promessa de prêmio em proteção aos abusos. Escravizar o trabalhador é crime gravíssimo que deve ser combatido como todos os crimes cruentos. As instituições legadas ao trabalho estão denunciando redução propositada de recursos e retirada de apoio à fiscalização, para deixar livre a abominável exploração obreira. Isso não á capitalismo, é banditismo!

A devastação

O afrouxamento proposital de uma fiscalização mínima sobre cumprimento das normas de segurança do trabalho e observância ao meio ambiente mostra-se uma conexão urdida no prelibatório entreguista. Ao escancararem-se nossas reservas ambientais ao domínio estrangeiro, emergem negociações indecentes. Há flagrante redução na estrutura do IBAMA, paralelamente às escandalosas vendas de concessões para estrangeiros explorarem nossa mineração.

Sem diálogo

Os decretos de concessões para ocupação de áreas de preservação na Amazônia assustam autoridades e lideranças da militância ambientalista. Temer mostra que sustou o diálogo e acusa categoricamente que setores querem travar o desenvolvimento. Essa pressa alucinada em vender tais concessões sempre causou pânico, e não seria a escassa credibilidade de Temer a mudar o caráter temerário dos planos entreguistas.

Bolsonaro

Ao confirmar a condenação de Jair Bolsonaro, por ofensa pessoal à deputada Maria do Rosário, o STJ repudiou a alegação da defesa que se hospedou no na liberdade de expressão. O direito existe, sim. Mas no caso de Bolsonaro, o direito de livre manifestação não sobrepõe o dever de respeito à pessoa e à mulher. A expressão adotada pelo direito brasileiro é de que ninguém pode alegar a torpeza a seu favor. É o princípio “Nemo auditor propriam turpitudinem allegans” (ninguém pode alegar a seu favor a própria torpeza), oriundo do direito romano.

Nelson Tonello

O pároco da Conceição, padre Nelson Tonello completa 50 anos de sacerdócio. Fui aluno do Tonello, há mais de 50 anos atrás. Observo na sua trajetória uma caminhada de dedicação cristã humanitária. Sua devoção religiosa segue uma prática de luta em atenção a pessoas mais humildes. Teve uma vida de sofrimentos, mas de desprendimento, força que dá autenticidade à vocação sacerdotal. São jubilados também os padres Artêmio Foschiera e Aldino Barth, que sagraram suas vidas à missão fecunda pela comunidade. Parabéns a todos.

Retoques:

A corrupção de agentes políticos e empresários consome o dinheiro dos impostos do cidadão. Para combater esse crime devastador, vemos a assustadora delação premiada como única forma de processar e condenar criminosos. A delação negocia a pena mas cria aflição moral, embora legal, pelo benefício condicionado a mega bandidos. É a forma de implodir o poder corrupto. Aplica-se a estratégia de guerra “dividit et imperat” (divide e terás o comando). Lamentável, mas é o jeito!
É bem possível que a consciência dos brasileiros lembre com saudade da figura de Rodrigo Janot no comando da Procuradoria Geral. Ironizado pelos questionamentos, mantém-se firme.
No momento, aguarda-se a explicação do ministro Gilmar Mendes, sobre os compadrios e possível impedimento nas decisões judiciais. É aviso a Mendes e a quem quer que seja, que não existe ninguém acima da lei.

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