Há na ZH dessa sexta um comentário do jornalista Carlos Moreira sobre a biografia de Belchior lançada recentemente e que já foi inteiramente lida pelo signatário da coluna e que referem problemas na descrição da vida do artista. Ora, Belchior tem duas marcas importantes: a da renúncia (da vida de capuchinho, da Medicina, da filosofia, da família e da carreira artística) e do aprofundamento das questões da existência por tudo o que estudou e divulgou. É evidente que quem renuncia a quase tudo tem muito a não revelar e por isso não concordo, respeitosamente, com a opinião do jornalista.
Redenção foi uma telenovela da TV Excelsior (1966-68), aliás, a mais longa de todas as novelas já exibidas (596 capítulos) e brilhavam Francisco Cuoco, Rodolfo Mayer, entre tantos. A Tupi mostrava Sergio Cardoso em Antonio Maria e a gente ía no embalo dos fados. Eu gostava mais de Guarnieri e Plinio Marcos, não sei bem porquê.
Redenção é algo que se busca após uma reflexão sobre erros e acertos quando a balança não se mostra favorável. Se não podemos retroceder e apagar o malfeito pode-se pedir desculpas ou arranjá-laspara os propósitos ou despropósitos.
Divaldo esteve aí e disse coisas. Coisas sobre aquilo que serve a cada um dos assistentes-ouvintes. Alguns queriam saber da vida eterna, sobre a ponte entre dimensões diferentes, sobre a energia para viver melhor, sobre o sentido da vida, sobre vida pós-morte e outros sobre vida pós-vida. O meu mote no espiritismo é debater sobre o cotidiano, sobre essa vida de hoje, não a passada e nem a futura, se houver. Muitos queriam saber sobre a redenção ou salvação. Muitos não buscam Deus, buscam a salvação, como escreveu Dostoievski.
O açoitado povo brasiliano está em busca de redenção. Dizem alguns que seria Lula II, o retorno ou Lula II, a vingança. Outros falam de Bolsonaro assim como falaram em Ronaldo Caiado há alguns anos. Há outros menos cotados como Ciro, Marina, Alckmin. Aguarda-se quem não estará no xilindró para que façamos a escolha adequada. Tudo isso parece sonolento, as agressões verbais são tamanhas que nem sabemos o tamanho das fichas policiais ou folhas corridas de cada um.
Mas, de repente, surge inesperadamente uma luz. Surge um nome que é a cara do sofrido povo brasiliano, um nome para ser jogado nesses despudorados representantes em quem votamos, um nome que é a representação da condição de repúdio a tudo o que é mostrado nas redes sociais, enfim, um nome que seja a marca indelével do que somos diante do despautério desse momento. Enfim, um nome que é tudo o que somos, um nome que nos representa e que condiz com a nossa redenção: Fufuca.