OPINIÃO

Reflexões de sete

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Old Dog lança novo clipe - Velho Whisky - e começa a chamar a atenção dos grandes centros pela qualidade de seus componentes e composições e pela parceria exitosa com Alana Telles e Ramon Anunciação na produção artística dos clipes. Constitui orgulho para minha família a parceria entre os artistas e produtores numa cidade de excelentes músicos nativos ou radicados. Assistam, que é show de bola. No entanto, talvez por ignorância musical ou histórica de minha parte, não lembro de uma mísica além de Gaúcho de Passo Fundo e Bar do Moa, de Ricardo Camargo que estabeleça identidade com nossa cidade. Vejam, Belchior escreveu Passeio (quando morava na Consolação) sobre São Paulo e teria estimulado Caetano a produzir Sampa (a sua mais completa tradução); antes disso, Saudosa Maloca, de Adoniran , Ronda, de Paulo Vanzolini e até Rua Augusta, cantada por Ronnie Cord estabeleciam lembranças-homenagens indesmentíveis sobre a grande cidade. Kleiton e Kledir falam..que saudades da Redenção, do Fogassa e do Falcão...e todos sentimos orgulhos. Copacabana princesinha do mar...Garota de Ipanema, entre centenas de composições salientam o Rio. Construção, Chico 1971 - conta tudo em preparoxítonas mágicas sobre a rudeza da impiedosa cidade grande. E Salvador, Recife e Florianópolis? É um desafio aos músicos de hoje - uma música para a cidade que amamos.

7 de setembro: há alguns anos olhávamos para o céu e rezávamos para que não chovesse. Havia o desfile e nós, das bandas de colégio queríamos brilhar. Há quase sessenta anos eu ía de carona na bicicleta de meu tio Luís, bicicleta enfeitada com flâmulas e bandeirinhas verde-amarelas. Hoje, por onde andei, vislumbrei uma única bandeira do Brasil. Mas, gente, é a nossa casa, é o nosso país, é a terra que deixaremos para nossos filhos e netos.

Em vez dos desfiles grandiosos assistimos delações sobre falcatruas dos nossos mandatários e malas de dinheiro, do nosso dinheiro, aquele mesmo que falta para saúde-segurança-educação-estradas-estudantes-pobres-pesquisa.

Há dois mundos, o de dentro das nossas casas, que é o mundo das coisas certas e o mundo de fora, onde paira a irregularidade como rotina. Precisamos sair do casulo e erguer o país que queremos. Deve ser por isso que ninguém foi mais aplaudido que os policiais federais. Num país em que os professores e autoridades deveriam estar no alto do panteão, esse lugar é habitado, para o júbilo de quase todos, pela polícia. Polícia para quem precisa, polícia para quem precisa de polícia.

Melhor falar sobre músicas e nossa cidade. Salve Passo Fundo.

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