OPINIÃO

Derrubando conquistas

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Mais de 200 mil mestrandos e doutorandos atuavam, até o ano passado, no trabalho de pesquisa, no Brasil e outros países. Esse é o exército que defende a ciência e tecnologia, que recém desponta no cotejo com outros centros mundiais do conhecimento. A abrupta redução de recursos financeiros e logísticos (já comentamos sobre isso) aciona automaticamente o alarme. É o desenvolvimento do país em chamas! Os estagiários da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e CNPq (Centro Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) estão sendo eliminados aos borbotões. Como se sabe, o Brasil acordou há pouco para o mundo da tecnologia. O CNPq foi instituído em 1951. Nossa agropecuária teve um salto imenso e demonstrou que a pesquisa e extensão geram impulso redistributivo, riqueza.

Sem propina

Houve um período em que o crescimento do orçamento para a ciência e tecnologia, a partir de 2003, chegou a oito bilhões, entre 2008 e 2009. A forma de investimento, que é submetida ao crivo permanente de equipes técnicas de alta envergadura e responsabilidade funcional, age como um filtro de transparência. A gestão nas diferentes áreas do conhecimento é mantida aos olhos de pessoas do mais elevado nível de fidelidade à finalidade prospectiva. São cientistas, mestres do saber, imbuídos da missão precípua nas pesquisas. Grande parte deles está cingida a uma remuneração apenas razoável, se formos comparar a outros setores do serviço público nacional, onde proliferam espertezas corporativas. Pesquisa exige enorme doação, que começa com a honestidade. Por isso, a circulação de tais recursos regiamente controlados além de orçamento singelo, não dá margem à propina ou à corrupção deslavada e cruel. Aí começa o desinteresse, que exclui a pesquisa científica da linha prioritária do que deveria ser um dos valores da nação. O orçamento caiu vertiginosamente, a um patamar inferior aos quatro bilhões de reais.

Arrocho errado

As universidades federais, chão das ciências, estão cortando despesas e nem sabem quantas vagas e portas deverão fechar. Laboratórios de pesquisas na agropecuária, que aceleraram a produtividade de alimentos e derivados, aos poucos são arrochados nas estruturas. A indústria de remédios paralisa e a saúde pública é ameaçada pela precariedade de dinheiro necessário ao combate de novas doenças. É muito grave o dano. Somente neste último ano, a queda nesta etapa do ensino aprofundado caiu 40%. Em troca, a tentativa indigesta do governo acena para entrega de especulação da Amazônia, para fazer caixa. Estão entregando também o Pré-Sal, uma das mais promissoras conquistas graças ao trabalho científico brasileiro.

Sem paradas

As grandes obras preferidas nos projetos de gestão, quando paralisadas por qualquer causa, podem ser retomadas logo adiante. A seqüência na pesquisa não pode parar, sem perder seu valor seqüencial de vários anos. Sem o crescimento técnico e científico, pela educação em escalas de acesso, fecham-se as portas das soluções, e espaços ficam a mercê do crime organizado.

Cúpula criminosa

As denúncias viraram processo até condenação a Lula e seus acólitos. Quanto a isso não resta dúvida de que será rigoroso o desenlace. Agora surge acusação contra a denominada cúpula criminosa do PMDB. Os mais íntimos de Temer, Loures, Geddel Vieira de Lima e Eliseu Padilha, além dos denominados “longa manus” (espécie de “mão do gato”), ou segundo escalão do crime organizado das propinas são investigados. E Temer também, diz o Supremo.

Mediocridade gritante

Era de se esperar. Temer pede impedimento de Rodrigo Janot e emite nota para “coibir barbárie de punição sem prova”. Pode o Supremo julgar Janot impedido. O PT é aliado natural de Temer nesta campanha.  Uma coisa é certa: quando alguém realiza algo arrojado e importante, forçosamente terá toda a mediocridade contra!

Retoque:

  • O povo que usa paradas de ônibus na cidade quer conserto das calçadas. Apelo à administração municipal.
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