Fim do mundo
Parece que o fim do mundo, programado para o sábado, desta vez não deu certo. Ou o mundo acabou de fato e apenas estamos sonhando com a realidade? Então, pelos meus cálculos eu já sobrevivi a uns 12 finais de mundo. Este da colisão com o Planeta X foi bem mais tranquilo. Nesta edição não teve tantas entrevistas apocalípticas na televisão, com direito às encantadoras animações gráficas. Foi muito mal divulgado e não teve a dimensão que se esperava para um fim do mundo. Isso, certamente, por incompetência dos organizadores do evento. Um fracasso também junto à plateia, onde sequer provocou pânico ou levou as pessoas em busca de locais adequados para o momento catastrófico. Não me chamem de nostálgico, mas, verdade seja dita, já não fazem mais fins de mundo como antigamente. Houve edições bem melhores, quando até imaginávamos as cenas derradeiras da humanidade. Agora resta esperar pelo próximo. E torcer para que seja bem mais impactante que este da temporada 2017. Afinal, repetir os erros seria o fim do mundo!
Manual do fim do mundo
Não é difícil fazer previsões do fim do mundo. Um simples tutorial poderia sugerir inicialmente uma busca por profecias. Parece complicada, mas é uma barbada. Até porque, sempre encontramos alguém que disse alguma coisa que poderemos transformar em previsão apocalítica. Outras fontes enigmáticas são as energias do cosmos e os quatro elementos: terra, fogo, ar e água. Escolha um planeta e dois elementos para traçar um triângulo. Por que um triângulo? Ora, o triângulo é poderoso. Das Bermudas ou amoroso, pode se transformar no fim do mundo. Outra fonte profética são os números, através da combinação de datas e desdobramentos matemáticos. Do primeiro ao quinto ou na corrida, surgirá um número. Então trace paralelos com a cabala ou o ábaco. Pronto. Você já tem um fim do mundo prontinho em suas mãos. Agora resta divulgar. Ou melhor, vender o seu fim do mundo.
Mundo sem fim
Mas, como a banca paga e recebe, são tantas previsões que um dia uma acabará acertando. Não estou preocupado com o fim do mundo. Minha preocupação é com essa rotina sinistra. Por que a humanidade está sempre pensando num possível fim do mundo? Não querendo entrar (mas entrando) na seara da psique, parece uma espécie de fuga coletiva. Ou seriam resquícios de repressões inquisitivas que atravessaram milênios? Mas, afinal, o que é mesmo o fim do mundo? Entendo que a expressão serve para rotular a indignação para com a própria realidade. A miséria, a intolerância, a prepotência e a pobreza de espírito são o próprio fim do mundo.
Mundo dos bichos
Os bichinhos estão em alta. Nunca tivemos nos lares tantos cachorrinhos, gatinhos e outras espécies de estimação. E os animais silvestres? Muitos já foram extintos, enquanto outros beiram à extinção. Fiquei feliz ao observar a mata ciliar do Rio Passo Fundo. Além de pássaros conhecidos, abriga aves enormes que nem sei identificar. Essa fauna, mesmo em área urbana, poderia ser bem maior. Mas muita gente continua despejando resíduos (de todos os tipos) no rio que é a própria história da cidade. Isso também é o fim do mundo!
Trilha sonora
É de 1969, porém sempre atual. John Lennon: Give Peace a Chance
Use o link ou clique