Adriano
Com a água batendo no pescoço e sem ter onde puxar o curtíssimo cobertor, o governo anunciou ontem a cartada final para conseguir aprovar o plano de ajuste fiscal junto à União: vai vender 49% das ações do Banrisul. Plano que dará um fôlega nas contas públicas, mas pode gerar problemas futuros. Em outras palavras, o cobertor foi remendado.Não privatiza o Banco, como havia prometido, mas foi quase isso. Segundo especialistas o governo deve arrecadar, com a manobra, mais de R$ 2 bilhões. Fará caixa para pagar o funcionalismo no mês de dezembro.
Fôlego
Na avaliação do professor de Administração da Imed, Adriano José da Silva, a venda de ações trará mais recursos para o Estado e ajudará a pagar a divida. “A alternativa foi positiva, pois o governo federal queria que privatização. Assim, encontraram uma saída interessante e o RS continua com banco”, completou. No entanto, adverte que a medida é positiva no curto prazo, vai aliviar as financias e dar fôlego. “Mas será preciso um mínimo de consenso na sociedade gaúcha para enfrentar os problemas estruturais do estado”, avalia.
Estratégia
Para o economista, e professor da UPF, Julcemar Zilli, trata-se de uma oferta secundária de ações e os R$ 2 bilhões, previstos para entrar, servirão para pagar em dia obrigações que o Estado não vem cumprindo. Foi uma saída inteligente, segundo ele. “Eu nunca venderia o Banrisul, mesmo sendo um defensor de privatizações. O que está funcionando bem, não se deve privatizar”, comenta.
Jornada x política
Em um ambiente democrático, acadêmico que reúne uma diversidade de pessoas e opiniões, não poderíamos esperar outra coisa senão que se fale em política. A Jornada de Literatura também está servindo de palco para manifestações políticas. Alguns contundentes, outras simbólicas e até sutis. Teve protesto contra o governador Sartori, manifesto dos professores em greve e até mosquito apelidado de Temer, seguido do tradicional #ForaTemer.