OPINIÃO

A Retomada está próxima?

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O Relatório Focus do Banco Central do Brasil, divulgado nesta semana, o mercado elevou suas estimativas para o crescimento do PIB neste e no próximo ano, além de ter revisado ligeiramente para cima as projeções de inflação de 2017, segundo estimativas coletadas até o dia 13 de outubro e divulgadas há pouco pelo Relatório Focus do Banco Central. 

O Produto Interno Bruto (PIB), a mediana das expectativas para o crescimento do PIB de 2017 passou de 0,70% para 0,72%, enquanto as projeções para 2018 foram de 2,43% para 2,50%. 

Para a inflação, a mediana das expectativas para o IPCA para 2017 foi ajustada para cima, avançando de uma alta de 2,98% para outra de 3,00%, e permaneceu em 4,02% para 2018. 

Os juros, as expectativas para a mediana da taxa Selic mais uma vez não se alteraram, permanecendo em 7,0% para ambos os anos.

E o câmbio, as projeções medianas para a taxa de cambio para o final deste ano passaram de R$/US$ 3,15 para R$/US$ 3,16, e ficaram em R$/US$ 3,30 para o final de 2018.

Em dezembro de 2001, a China entrou na Organização Mundial do Comércio. Desde então, impulsionado pelo crescimento da demanda chinesa por alimentos, o agronegócio tem sido uma das principais molas propulsoras da economia brasileira e as cidades do interior do país têm superado  as capitais em crescimento econômico. Os chineses são muitos, eram muito pobres e, com o país crescendo, muitos passaram a ter mais dinheiro e a comer mais e melhor.
  Enquanto  isso, o ganho de mercado da indústria chinesa teve um impacto extremamente negativo na indústria brasileira. Os chineses inundaram o mundo de produtos baratos e para completar, o Brasil não fez nada para reduzir os custos e estimular a produção no país. Nos últimos 15 anos, só estimulamos o consumo. O resultado? A indústria brasileira encolheu e demitiu muita gente.

Para o economista Ricardo Amorim, no início deste ano, uma destas tendências mudou, a outra não. Os empregos continuaram a ser gerados nas cidades do interior. Das 20 cidades que mais criaram empregos nos primeiros 5 meses desse ano, 19 estão no interior. A única exceção foi Goiânia, que apesar de ser capital é positivamente impactada pela agroindústria. Das 27 capitais, apenas 3 abriram mais novos postos de trabalho formal nesses primeiros 5 meses do que fecharam, entre outras razões em função das dificuldades agudas vividas pelo setor público, do qual as economias de várias capitais de estados dependem bastante.

A novidade é que agora a geração de emprego foi liderada pela indústria. Das 20 cidades que mais cresceram, em 5 a agroindústria foi o setor que mais contratou. Foi o caso em Vacaria – RS, em Cristalina – GO, Patrocínio – MG e Mogi Guaçu e Bebedouro – SP. Mas em 11, incluindo Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires – RS,  Nova Serrana – MG, Juazeiro – BA, Goianésia – GO e Pontal, Vista Alegre do Alto e Birigui – SP, o setor que mais contratou foi a indústria.

Ainda de acordo com Ricardo Amorim, o último ciclo de crescimento forte do Brasil, entre 2004 e 2010, foi baseado numa expansão brutal do consumo. Por dois lados. De um lado, o crescimento do consumo de alimentos na China, que impulsionou nosso agronegócio. De outro, o aumento do consumo dos brasileiros, movido a expansão de crédito e renda. Depois a economia piorou e, nos últimos três anos, atravessou uma crise grave.

Agora começamos a ver a recuperação. E este ciclo parece que vem com as duas pernas, e não uma só. A perna do consumo está novamente presente. Mas hoje temos também a perna da produção. A indústria vem sendo o setor que mais gera empregos no Brasil, e esse movimento pode ser sustentável se o país continuar com as reformas que reduzem custos e riscos jurídicos das empresas.

A retomada está próxima? Venha descobrir o que pensa Ricardo Amorim, no dia 18 de outubro, no Congresso Internacional de Empreendedorismo, Inovação e Tecnologia (CIEIT).

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