Não houve interessados na compra da unidade da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa) de Passo Fundo. O prazo para envio de proposta terminou ontem (16). O imóvel havia sido posto à venda no mês passado por meio de edital de licitação. As informações foram confirmadas pelo diretor-presidente da companhia, Cláudio Cava. De acordo com ele, diante da falta de interessados, a diretoria deverá se reunir para avaliar esta e outras situações das unidades da Cesa que foram postas a venda neste ano.
Em março deste ano, a Cesa anunciou a venda de seis unidades no interior. Além de Passo Fundo, Júlio de Castilhos, Santa Rosa, Nova Prata, Cruz Alta e Santa Bárbara integravam a lista. A Companhia esperava arrecadar cerca de R$ 54 milhões. As unidades de Júlio de Castilhos e Nova Prata foram vendidas. Em Santa Bárbara, Santa Rosa e Cruz Alta não houve interessados. Na ocasião do anúncio, a direção da Companhia havia informado que o edital de licitação da área de Passo Fundo deveria ser lançado em abril, porém até o início de setembro não foi publicado.
A venda é fruto de um acordo entre a Cesa, Justiça do Trabalho e Sindicato como contrapartida para o pagamento de dívida trabalhista. A venda das unidades segue orientação do governo do Estado para enxugar a empresa, administrar o passivo trabalhista, alienar filiais deficitárias e investir nas unidades rentáveis.
Tentativas de venda
A unidade encerrou as operações em Passo Fundo há seis anos, em função da localização. Conforme o diretor-presidente da Cesa, a filial ficou em uma área residencial, o que inviabilizou as atividades de armazenamento e secagem de grãos. Em dezembro de 2011 ela foi colocada à venda pela primeira vez. Um edital de leilão saiu, com um valor inicial de mais de R$ 15 milhões, avaliados por serviços imobiliários particulares e por um avaliador do Estado, mas nunca houve lance. Na época, um novo edital foi publicado e, novamente, a venda não ocorreu.
Mais tarde, um leilão na modalidade concorrência tipo maior preço, marcado para setembro de 2013 e com um lance mínimo de 19,5 milhões, foi suspenso devido uma ação do Sindicato dos Auxiliares de Administração de Armazéns Gerais do Estado (Sagers) que garantiu na Justiça uma liminar impedindo a venda da unidade. Entre as justificativas consideradas pela 19º Vara do Trabalho de Porto Alegre, estavam centenas de processos trabalhistas, reclamatórias na Justiça do Trabalho e, ainda, o cadastro no Banco Nacional de Devedores Trabalhistas.
No ano passado, o leilão de 50% da área da Cesa de Passo Fundo foi suspenso pela justiça. Conforme informações divulgadas na época, a decisão ocorreu devido a um desentendimento sobre o valor do negócio. A capacidade de armazenagem nos silos da unidade é de 9,5 mil toneladas de grãos. Além do silo, a unidade conta com moegas rodoviárias, estação de pesagem rodoviária, guarita de controle, central de beneficiamento, subestação transformadora de força, centro administrativo, refeitório e residência.