Parece que as revelações da Lava Jato não acabaram com as surpresas. Tem muito mais do que se imagina. Já se previa mais podridão, como acontece na gestão mais podre dos últimos 500 anos, envolvendo assustadoramente gestores do PMDB. Até a Globo começou a legendar o partido envolvido mais diretamente no roubo aos cofres públicos. Mas, o que parece não apresentar surpresa, oferece números apavorantes, nas falcatruas do transporte do Rio. O que se calcula que foi o benefício para o monopólio do transporte coletivo (de Sergio Cabral e a dinastia de Jorge Picciani), criminosamente alcançado, chega à casa dos 190 bilhões de reais, via renúncia fiscal. E a propina jorrou. E o Rio está pobre, prejudicando o Brasil inteiro. Os corruptos do PT já foram denunciados, mas esse pessoal do PMDB ocupa o pódio de todas as competições arrebatando a taça do PP e PSDB. Edson Albertassi (PMDB), com a maior cara de pau é indicado para o Tribunal de Contas. O governador Pezão dá um pisão na moral insistindo no nome de Albertassi. E André Puccinelli ex-governador do MS, enrolado até o nariz na operação “Papiros de Lama” e Cadeia Velha, também é do PMDB.
Torpor
Não é difícil deduzir o que gerou o estado de torpor, estupor, ou apatia moral que afeta o ânimo cívico do brasileiro. O que se imaginava expressão popular fortalecedora, concentrada no apoio contra a corrupção e o impeachment da presidente Dilma acabou em exaustão. As seqüências monstruosas de focos do crime organizado continuado geraram um resíduo mórbido. A perplexidade ampliada atingiu a crença na mobilização contra o roubo deslavado de nossos recursos nacionais. Deixando de lado as conotações partidárias entre “coxinhas” e “mortadelas”, esquerda ou direita, sobrou o ceticismo morno. A imprensa, face importante no processo, não evoluiu. Ainda há confiança na investigação policial, mas a realidade de difícil eficácia judiciária espalhou dúvidas sobre a esperada punição. O povo está aflito, mas silencioso. Silêncio intrigante. O delírio sombrio da intervenção também definha. A grande maioria está abalada com a crise que começa a afetar a sobrevivência. O clima não é bom por que aumentam as incertezas.
País triste
Uma tristeza paira no ar entre pessoas que saíram de suas casas para protestar contra a praga da corrupção. Isso acontece porque o poder não foi sacudido o quanto se esperava. Até os semeadores de ódio partidário estão confusos.
Fantasmas coletivos
A proclamação da República, pelo marechal Deodoro da Fonseca, em 15 de novembro de 1889, veio de um desgaste imperial de D. Pedro II. Havia movimentação popular na classe média, mas foi o desejo de poder das oligarquias foi o mote republicano. Os grandes fazendeiros queriam compensar as “perdas” com a abolição da escravatura. Neste sentido, o compasso de participação popular foi lento e tumultuado. Hoje, apesar da restauração da democracia, continua sofrida a atenção ao povo trabalhador. Vejam o desemprego e a onda frenética que foi produzida para culpar os direitos trabalhistas pela ineficiência empresarial. Esta é a marca “killer”, definida por Augusto Cury, na sua obra Ansiedade, diagnosticando dissabores do pensamento socialmente progressista, no aspecto individual. Os fantasmas indiscretos da consciência popular ainda toldam avanços da democracia como justiça social.
Nascimentos
A informação sobre a redução de natalidade no Brasil permite assombro pedagógico. Que causas estão por trás desse medo de ter filhos? A diferença social alarmante afeta a dignidade da imensa maioria, na saúde, segurança, habitação, alimentação ou educação. Afeta a perspectiva histórica agora flagrada na contenção sublime da fecundidade familiar.
Gás
Gás de cozinha e gasolina com aumento astronômico nos últimos dez meses. E não há inflação?
Ricordi
Dia 1º de dezembro o Coral Ricordi D’Itália fará sua apresentação “In concerto III”. Será no auditório do SESC. Ingressos à venda!