Escola de Hackers forma mais de 100 alunos

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A formatura foi realizada no auditório do Instituto de Ciências Exatas e Geociências (Iceg) da UPFA formatura foi realizada no auditório do Instituto de Ciências Exatas e Geociências (Iceg) da UPF
A formatura foi realizada no auditório do Instituto de Ciências Exatas e Geociências (Iceg) da UPF
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Desde de 2014 o município de Passo Fundo desenvolve o Programa Escola de Hackers, que surgiu como uma iniciativa inédita no Brasil de ensino de programação de computadores e robótica para estudantes das escolas municipais. Nessa quarta-feira (22), aproximadamente 100 alunos se formaram pela iniciativa que tem o objetivo de formar hackers, ou seja, pessoas que desenvolvem habilidades e técnicas em qualquer área, sendo movidas pela criatividade para melhorar o mundo com sua atuação.

A formatura foi realizada no auditório do Instituto de Ciências Exatas e Geociências (Iceg) da Universidade de Passo Fundo, onde alunos de cada uma das quatro frentes do Programa receberam a entrega de certificados e medalhas. O Programa, que nasceu com a Escola de Hackers para alunos do ensino fundamental (do 6º ao 9º ano), apresenta dois desdobramentos: o Berçário de Hackers, voltados para crianças da educação infantil (de 5 e 6 anos), a fim de trabalhar com noções básicas de lógica de programação; e a Escola de Hackers Avançada, criada para os participantes que obtiveram destaque na Escola de Hackers, com foco em desenvolver habilidades na área de robótica. Desde o início do ano, também iniciou a Academia White Hat, voltada para a terceira idade.

A white hat Iara Marília Canabarro Teixeira, de 73 anos, comentou sobre sua experiência. “Para mim foi maravilhoso. É uma experiência diferente. Acostumamos a só ler e-mail e facebook, com o Programa aprendemos a fazer alguma coisa a mais. Eu amei criar quadros e desenhos, além do trabalho de raciocínio desenvolvido. Ultimamente não prestamos mais tanta atenção nas coisas, então foi bom prestar mais atenção e desenvolver a memória. Consegui fazer um cartão de Natal lindo e colorido, coisas que nunca tinha feito nesses 73 anos. É uma maravilha!”, ressaltou.

Entre todas as escolas participantes, a Escola Padre José de Anchieta ganhou o troféu de destaque pelo desempenho e diversos requisitos avaliados. Já a distinção de melhor hacker foi para o aluno da Escola de Hackers Avançada, Flávio Daniel Barancelli Montemezzo, de 11 anos. “Foi muito bom! Na Escola de Hackers Avançada aprendemos a programar, então a parte que eu mais gostei foi a de criar nosso próprio jogo”, observou. Sobre o troféu, Flávio não esconde o sentimento de orgulho: “fiquei muito feliz! Eu gosto de programar e acho um pouco fácil. Sempre que o professor dizia o que iríamos fazer na próxima aula eu já procurara ver antes em casa para conseguir fazer”, lembrou.

O Programa tem a intenção de oportunizar um espaço para o desenvolvimento de competências na área de programação de computadores e de raciocínio lógico-matemático para estudantes de escolas municipais. Entre seus objetivos, busca criar alternativas de utilização para os laboratórios de informática das escolas públicas, proporcionar atividades que visam o desenvolvimento de processos criativos, sistemáticos e colaborativos de aprendizagem e, por fim, fomentar o interesse em torno das áreas de informática e matemática.

A coordenação é realizada pelo servidor do Núcleo de Tecnologia da Secretaria de Educação, João Martins, sendo ligada à Coordenadoria de Inovações Educacionais da pasta. Para ele, o projeto vem num processo de evolução. “A Prefeitura está presente com todo o apoio. Em todas as modalidades a avaliação é positiva, a comunidade vem aceitando esse projeto e estamos muito felizes”. O secretário de Educação, Edemilson Brandão, lembra que “o Escola de Hackers é referência educacional no RS. Formamos pessoas não para serem usuárias, mas protagonistas no uso da tecnologia”, disse.

Para o idealizador do Escola de Hackers, o professor Dr. Adriano Canabarro Teixeira, a linguagem do século 21 é a programação de computadores. “A expressão máxima de inclusão digital é você programar computadores e não ser programado por eles. Este Programa vem desde 2014 e tem formado pessoas para pensar computacionalmente e programar computadores. Agradecemos muito a Prefeitura por viabilizar as pessoas que fazem de fato o Programa acontecer junto com UPF”, afirmou.

Participaram do Escola de Hackers nas quatro modalidades a Escola de Educação infantil Cantinho Feliz e as escolas de ensino fundamental Arlindo Luiz Osório, Benoni Rosado, Cohab Sechi, Dom José Gomes, Frederico Ferri, Leão Nunes de Castro, Padre José Anchieta, Santo Agostinho, Senador Pasqualini e Urbano Ribas. Ainda, a terceira idade também marcou presença.

O Escola de Hackers é um programa de governo da Prefeitura de Passo Fundo em parceria com Universidade de Passo Fundo (UPF). A ideia surgiu no Grupo de Estudo e Pesquisa em Cultura Digital na Educação da UPF, projeto que migrou para o município.

O que é hacker?
O hacker é aquela pessoa que desenvolve habilidades e técnicas em qualquer área, sendo movido pela criatividade para melhorar o mundo com sua atuação.

Prêmios
O Escola de Hackers recebeu dois prêmios em 2015: pelo Prêmio Líderes & Vencedores o Programa ganhou a distinção na categoria Referência Educacional; já pelo Prêmio Gestor Público, um Certificado de Reconhecimento. Em 2016, o Programa foi um dos destaques do 1º Congresso Gaúcho de Cidades Digitais junto com duas outras propostas de sustentabilidade e de comprometimento em desenvolver uma cidade inteligente.

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