De crianças para crianças

Encerramento do Projeto Caixas para Brincar teve a troca das caixas entre as escolas, brincadeiras, oficinas e atividades culturais no Campus I da UPF

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Uma por vez, as turmas pegavam suas caixas cheias de brinquedos, caminhavam até o centro do gramado e aguardavam ansiosamente o que as esperava dentro da caixa que vinha balançando pelas mãos da outra turma. Em um movimento de troca e muita diversão, cerca de 700 crianças, de 22 escolas de Passo Fundo e região, mesmo sem se conhecer, passaram a fazer parte das brincadeiras umas das outras. A troca foi realizada na tarde da última quinta-feira, 23 de novembro, no gramado em frente ao Centro de Convivência da Universidade de Passo Fundo (UPF), durante o encerramento do Projeto Caixas para Brincar, atividade que integra as comemorações pelos 60 anos da Faculdade de Educação da UPF (Faed). 
 
O projeto, que iniciou em junho, convidou turmas de escolas públicas e privadas a criarem uma caixa com brinquedos desenvolvidos pelas próprias crianças. A única exigência era que esses brinquedos fossem desenvolvidos a partir de elementos inusitados, alternativos, não estruturados e não industrializados, como sementes, folhas, galhos, fios, cordas, tecidos, pedaços de madeira, botões e qualquer outro material, desde que não fosse um brinquedo pronto. Além dos brinquedos, a caixa deveria conter ainda um boneco de pano feito pela turma e um diário em que seriam catalogados todos os elementos utilizados e registrado todo o processo de criação da caixa. Durante o encerramento, as escolas foram convidadas a trocar entre si as caixas, possibilitando que as turmas brincassem umas com as criações das outras. 
 
A ideia do Projeto era que as crianças voltassem seu olhar para a diversidade e o potencial lúdico dos elementos disponíveis, porém, subestimados pelas lógicas de consumo. Para a coordenadora da Brinquedoteca e coordenadora da atividade, professora Rosana Farenzena, o principal objetivo da atividade foi afirmar a criança enquanto produtora de cultura. “Hoje, elas não vieram para o Campus apenas para brincar, elas vieram produzir cultura nas diferentes oficinas, produzir artefatos culturais, alguns, inclusive, que ficarão no Campus, ou seja, elas vão deixar a sua marca na UPF”, comentou a professora.
 
Uma das escolas que aceitou o desafio foi a escola Marcílio José Machado, de Lagoa Vermelha. Segundo a diretora Marli Weber, a escola viu no projeto uma possibilidade de proporcionar uma atividade diferente para as crianças. “Esse projeto veio a somar com os projetos que desenvolvemos na escola, além de dar oportunidade de as crianças saírem do espaço da escola e conhecerem um local diferente”, contou. Ainda de acordo com a diretora, foram três professoras envolvidas com a produção das caixas que, junto com as crianças do 1º e 2º do ensino fundamental, procuraram materiais na escola, no bairro e em casa. “Conseguimos criar vários brinquedos e foi bem interessante, porque buscamos muito material do meio ambiente. As crianças descobriram inúmeras possibilidades”, destacou a diretora. 
 
Atividades lúdicas
Além da troca das caixas, as crianças também puderam participar de atividades lúdicas e culturais promovidas por diferentes cursos da UPF. Uma delas foi o labirinto desenvolvido pelo Núcleo de Arquitetura e Desenvolvimento Urbano e Comunitário (Naduc), do curso de Arquitetura e Urbanismo, criado com materiais alternativos, seguindo a mesma proposta das caixas. Participaram também os cursos de Educação Física, com atividades de recreação; Nutrição, com atividades educativas; Ciência da Computação, com oficina de tablet; e os cursos de Artes Visuais e Enfermagem. As atividades contaram com o apoio de acadêmicos voluntários, além de bolsistas do Pibid e do Parfor. 
 
O projeto Caixas para Brincar foi desenvolvido pela rede multicampi de brinquedotecas integrantes do programa de extensão “Brinquedoteca universitária”, pela Comissão organizadora do Programa comemorativo aos 60 anos da Faed, e tem o apoio da Coordenadoria de Inovações Educacionais da Secretaria de Educação de Passo Fundo; da Secretaria de Educação e Cultura do Município de Carazinho, por meio do Projeto Pinóquio e Brinquedoteca Municipal; da Comercial de Frutas Vassoler LTDA de Passo Fundo e da empresa Águas Minerais Sarandi.
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