Fé na santa popular atrai devotos até do Uruguai

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Centenas de fiéis compareceram no cemitério da Vera Cruz, na manhã de ontem, para celebrar o 52º ano da morte de Maria Elizabeth de Oliveira, considerada santa popular. Vítima de um atropelamento em 28 de novembro de 1965, aos 14 anos, a menina teria, segundo testemunhas, previsto a própria morte. Relatos de devotos atribuem à ela, graças alcançadas.

Nas primeiras horas da manhã já era grande o movimento em frente ao cemitério, onde a menina está sepultada, principalmente de devotos vindos de diferentes regiões do Rio Grande do Sul. Da cidade de São Gabriel, distante cerca de 550 quilômetros de Passo Fundo, vieram três ônibus lotados. Em um deles estava Adriana de Castro do Nascimento. Há 23 anos, ela percorre o mesmo trajeto para homenagear a santa popular. “No primeiro ano que vim, trouxe a minha mãe. Ela havia tido um aneurisma. Precisava da bengala para andar. O pai da Maria Elizabeth conversou comigo, mostrou as roupas dela sobre a cama. Disse que no ano seguinte, minha mãe voltaria, mas sem a bengala, e foi o que aconteceu”, lembra emocionada.

Enquanto aguardava na fila, já por cerca de um hora, para entregar rosas vermelhas, as preferidas de Maria Elizabeth, ela mostrou a foto de uma sobrinha, de 23 anos, que enfrenta problemas de saúde. “Vou pedir por ela. Logo terei notícias de sua melhora”.

A devoção na santa já cruzou fronteiras. Moradora da cidade de Riveira, no Uruguai, Nelly Villanuva, 55 anos, estava pela quarta vez em Passo Fundo para prestar seus agradecimentos. Ela disse ter conhecido Maria Elizabeth através de uma amiga, de Santana do Livramento, e tornou-se devota. “Ela é muito conhecida no Uruguai, não só na fronteira, mas dentro do país também”, revela. Nelly estava acompanhada de outros 50 uruguaios.

O nome da menina de Passo Fundo também é bastante conhecido em Santana do Livramento. Um dos responsáveis por essa divulgação é Ulisses Vieira Rubin, 55 anos. Desde 1998 ele participa do evento religioso. A partir de 2002, passou a trazer os devotos, como pagamento de uma promessa feita. A cada final de semana, nos meses de novembro e dezembro, ele retorna a Passo Fundo com um ônibus lotado. “Em 2010 meu irmão estava internado no Hospital das Clínicas, em Porto Alegre, no quarto 726 B. Ele havia sofrido um aneurisma. Os médicos não quiseram operar. Coloquei uma fita de Maria Elizabeth no braço dele, e uma imagem dela ao lado da cama. Pedi com fé e fui atendido. Hoje ele está forte. Trabalho como uma espécie de guia para os devotos”, relata.

Mesmo não tendo passado pelos processos de beatificação e canonização, o padre Rudi Aloísio Hipper, afirma que são inúmeros os relatos de pessoas que tiveram graças alcançadas a partir de pedidos feitos à Maria Elizabeth. “Isto não impede a devoção do povo nela. São relatos de curas a partir da interseção dela. A igreja permite que se faça celebrações assim” observou. Durante a manhã, foram rezadas duas missas em frente ao cemitério da Vera Cruz.

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