Como será a nossa Cidade do Amanhã?

Mais de 350 crianças de quatro escolas de Passo Fundo participaram do projeto desenvolvido para identificar algumas das demandas para a cidade nos próximos anos. Iniciativa foi tomada para contribuir com a elaboração do Plano Diretor

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Crianças da EMEF Cohab Sechi mostram certificado após projeto Cidade do Amanhã. ?EURoeParticipar do projeto foi muito, muito legal. Para mim, o que falta no meu bairro são áreas de lazer, praças e respeito?EUR?, disse a aluna Lauren Cunha, de 10 anoCrianças da EMEF Cohab Sechi mostram certificado após projeto Cidade do Amanhã. ?EURoeParticipar do projeto foi muito, muito legal. Para mim, o que falta no meu bairro são áreas de lazer, praças e respeito?EUR?, disse a aluna Lauren Cunha, de 10 ano
Crianças da EMEF Cohab Sechi mostram certificado após projeto Cidade do Amanhã. ?EURoeParticipar do projeto foi muito, muito legal. Para mim, o que falta no meu bairro são áreas de lazer, praças e respeito?EUR?, disse a aluna Lauren Cunha, de 10 ano
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Mais áreas de lazer, ciclovias e mesas de pingue-pongue nas praças: estes foram alguns dos pedidos encontrados em quatro escolas de Passo Fundo, no projeto Cidade do Amanhã. O objetivo, desenvolvido como uma das etapas da elaboração do Plano Diretor, foi entender com a ajuda das crianças que aspectos são fundamentais para melhorar a cidade nos próximos anos. O encerramento foi realizado na tarde de ontem (5) e reuniu crianças e professores no auditório da Escola Menino Jesus, uma das participantes do projeto. A atividade, que começou no início de novembro, foi realizada com estudantes dos 8 aos 10 anos em dois momentos de trabalho: primeiro, reconheceram as necessidades e pontos da cidade e, depois, apresentaram propostas e avaliaram o que seria ideal ter em seus bairros e no município de modo geral. “Tivemos a oportunidade que os alunos vissem as deficiências dos seus bairros, das suas comunidades, aquilo que falta no nosso entorno e surgiram muitas coisas legais, como um posto de saúde, locais de lazer. O que mais me surpreendeu foi que eles não vieram com ideias absurdas: todas as demandas que notaram realmente são necessárias”, disse a diretora e professora da Escola Municipal de Ensino Fundamental Cohab Sechi, uma das participantes do projeto. A escola participou com as turmas do 4º ano, onde estuda a pequena Lauren Modler da Cunha, de 10 anos. “Foi muito legal. Nós vimos as casas, onde precisa de estrada, de prédio”, contou. Para ela, o que a cidade mais precisa é de praças, áreas de lazer e respeito.

A partir de agora, os trabalhos desenvolvidos em sala de aula geram um relatório que será analisado pelo núcleo de elaboração do Plano e, consequentemente, traçadas algumas das metas para um desenvolvimento sustentável e integrado do município. “Vamos fazer um relatório e verificar, mas já sabemos que em todas as escolas foram sugeridas ciclovias e mais atenção ao lazer. Em alguns bairros, como São Cristõvão e Cohab, apareceu muito a vontade de ter comércio, lanchonete no bairro, para que atenda melhor a necessidade do dia a dia, como levar o cachorro para o pet shop ou comer em um restaurante, por exemplo”, destacou a secretária de planejamento, Ana Paula Wickert. Esta observação ressalta a intenção das crianças de estabelecer relação maior com o bairro e não fazer com que o local sirva apenas como dormitório. “Muitas vezes percebemos que esses alunos gostariam de circular a pé, fazer coisas rápidas em torno das suas casas sem ter a necessidade de ir para o centro. Com este relatório, vamos analisar e entender o que de fato podemos fazer para resolver isso”, explicou.

O trabalho feito com as crianças foi especificamente planejado em termos metodológicos, já que entende-se que os pequenos possuem uma visão diferente do que é a cidade. “A criança tem necessidades diferentes. A ideia era ouvir o que elas pensam da cidade, já que a visão delas não tem interferência de questões políticas ou o preconceito que entender que um bairro é melhor que outro, por exemplo. É uma visão muito mais pura e se conseguirmos entender isso, teremos lugares com muito mais vida na cidade, isto é: um lugar onde uma criança quer estar é consequentemente mais seguro, porque as famílias vão fazer parte dele”, completou Ana Paula.

Sugestões mais frequentes
Em maquetes, os alunos colocaram placas sinalizando o que gostariam que tivesse em seus bairros. Na maioria deles, o que mais se viu foi a implantação de ciclovias (principalmente nas avenidas Presidente Vargas e Sete de Setembro); e mesas de pingue pongue nas praças. “Isso do pingue pongue apareceu repetidamente e é algo que a gente não costuma pensar a respeito, mas é uma atividade que podia ser facilmente instalada nos espaços públicos”, comentou a secretária. Além disso, um quiz foi feito com os alunos para que eles reconhecessem locais de Passo Fundo com os quais se identificassem. Entre vários espaços, como a Praça da Cuia e o antigo Quartel, os mais reconhecidos foram o Parque da Gare e a Universidade de Passo Fundo (UPF). O menos reconhecido foi o Banhado da Vergueiro. “Entendemos que, quando a criança reconhece o local, é porque ali ela criou um vínculo com a cidade e, mesmo estando no bairro, entende que a Gare, por exemplo, também é dela”, entende Ana Paula.

O projeto, que foi desenvolvido pela Secretaria do Planejamento da Prefeitura de Passo Fundo, em parceria com as secretarias de Educação e Meio Ambiente, começou com a publicação do edital para a inscrição das escolas interessadas. Nesta etapa, quatro instituições se inscreveram: Escola Municipal de Ensino Fundamental Wolmar Salton, Colégio Notre Dame Menino Jesus, Escola Municipal de Ensino Fundamental Cohab Sechi e Escola St. Patrick.

Plano Diretor
No momento, o Plano Diretor está em fase de aprovação da metodologia do Núcleo Diretor de Revisão. Em resumo, o Núcleo Gestor trabalha na parte de mobilização social para participação das audiências públicas, enquanto o Núcleo Técnico trabalha com a metodologia de trabalho. O calendário de audiências foi reorganizado para passar a operar em março, no início do ano letivo. A previsão é que o trabalho leve mais um ano para ser concluído. “Isso porque temos toda uma etapa do diagnóstico para ser aprovada em audiência pública e tudo isso depende de prazos burocráticos estabelecidos pelo Ministério das Cidades, já que é um processo essencialmente participativo”, esclareceu a secretária.

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