OPINIÃO

Perversão cultural

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Parte da opinião pública, instada por uma mídia comprometida, absorve com facilidade impressionante, a idéia de que os Direitos Humanos “protege bandido”. Na verdade essa mentira foi plantada durante a ditadura, onde ativistas dos direitos humanos rebelavam-se contra a tortura, prisão e toda série de sevícia. Discordavam de um governo arbitrário. O governo gastava fortunas para apregoar que os manifestantes contra as prisões ilegais de pessoas inocentes defendiam marginais e bandidos. Verdadeiro crime contra a orientação social. Essa mentalidade absurda foi ganhando assento, principalmente em inteligências teleguiadas, cabeças subjugadas ao cabresto do fuzil. O averno social veio mais lúgubre quando o comando das manobras desse absolutismo político era entregue a psicopatas assassinos e torturadores, considerados intocáveis pelo poder. Qualquer maluco, dedo-duro, ou rancoroso político, que se aliasse aos ditadores ganhava poder, privilégios; era um juiz de exceção. A perversidade que durou décadas esconde com naturalidade até hoje, verdadeiro massacre contra lideranças sagradas da liberdade, especialmente campesinos, preservacionistas de nossas águas e florestas. E continua íngreme a luta contra o trabalho escravo.

Matam os bons
Assim foram assassinadas pessoas maravilhosas como Dorothy Stang (2005), religiosa naturalista que fazia trabalho missionário na defesa de extrativistas que buscavam sobrevivência nas florestas. Pessoas de muito valor, prestigiadas por um número cada vez menor de jornalistas, vem sendo eliminadas por representantes dos grandes negócios que desejam o poder a qualquer custo. Eles matam quem se opõe ao lucro criminoso. Só neste ano foram mortos 48 jornalistas brasileiros, na grande maioria, defensores de causas sociais relevantes como as reservas ambientais, condições decentes de trabalho e contenção do monopólio espoliativo. O Brasil é o campeão da América, nas matanças de ativistas dos direitos humanos. E os comentaristas ignotos de rádio e TV, continuam com essa sabujice reducionista perante o avanço do desmatamento e grilagem de terras. A liberdade se esvai e o homem vira mero produto. Nos garimpos, trabalhadores sem vínculo legal de emprego vivem o engodo do próprio sustento, dormindo em verdadeiros ergástulos.


Corrupção destrói
O que mais destrói a mentalidade de um povo é o mau costume. A corrupção endêmica no Brasil, praticada pelos mais ilustres e privilegiados no poder, estendeu raízes durante cinco séculos. As atitudes desonestas de líderes fizeram escola para a crueldade social. Pela primeira vez estamos vendo as instituições processantes causar preocupação aos maus brasileiros. E todas essas injustiças sociais, que partem de uma promiscuidade ideológica nos comandos, produziram os males da desonestidade que grassou e quer continuar. O mau exemplo de quem deveria garantir a verdadeira ordem tem efeitos destruidores também entre os criminosos comuns. O parâmetro da exploração do homem pelo homem, prejudicando sempre o trabalhador não é outra coisa senão um modelo que preponderou em favor dos malfeitores de colarinho branco. Como punir a populaça, se os tutores da moral são os piores elementos? A criminalidade é o arrastão iniciado pelas elites, desde o tempo da escravidão. “Exempla trahunt” (os exemplos arrastam).

Racismo
É indispensável que todos nos aliemos à resistência do ator Bruno Gagliasso e sua família, que sofre ofensa racial à filha Tita. É um caso que se repete em todo o país. O movimento de respeito é urgente.


Coral Ricordi
A apresentação do Coral Ricordi D’Itália de Passo Fundo realizou seu concerto com grande êxito, no dia 1º deste mês. Foi memorável espetáculo que emocionou a platéia!


Anel de Cavendish
Vejam só a criatividade do réu Sérgio Cabral, na Justiça Federal. Depois da comemoração e champanha, longe dos cristais da ostentação aplica uma versão estupenda. Diz que foi mero gesto de puxa-saco, o presente milionário do anel que fascinou Adriana Anselmo. Se der certo o Gedell das malas no apartamento adotará o mesmo. É escárnio! Cavendish, ex-dono da Delta, que pagou propina aos borbotões ficou de queixo caído.

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