OPINIÃO

Água de Natal

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O pedido dramático de crianças de uma comunidade nordestina, para ter água no Natal é chocante. Matar a sede é desejo mínimo de vida. É um comparativo grave que põe severa reflexão perante os apelos frenéticos de consumo e a exagerada visão consumista. O Brasil é nação capitalista, é a nossa versão de projeto social. Quando comparamos os desejos mínimos de felicidade, observamos que não é o sistema capitalista, por si, que determina o abismo do direito à dignidade humana. São os dogmas perversos destituídos do sentido de cooperação por uma cultura de poder de elites do capital, que permanecem compactas em todos os segmentos no uso das riquezas. Mal se iniciou o projeto de transposição do rio São Francisco, estão aí os abusos. A prioridade social do uso da água, para matar a sede da população mais simples, regar as pequenas propriedades, sofre a absorção das grandes empresas agropecuárias que sugam a rota das águas. Elas conseguem eficiência pelo poder econômico, sem citarmos os privilégios encontradiços nas autorizações generosas nos órgãos oficiais do governo. Falamos do capitalismo humanizado, que não pode dispensar a justiça social, que seria antes de qualquer coisa a prioridade de água para os mais necessitados. A base da justiça social é imperativo insubstituível para a decência de um país, hoje abalado pelo crime de colarinho branco, lesivo à saúde, e todos os direitos fundamentais do ser humano. Vamos deixar de lado essa literatura de mentiras, de esquerda ou de direita (nenhuma tem dado certo), comunismo ou liberalismo. Nada desses “ismos” tem sido propósito suficiente nos séculos de Brasil, para escutar o grito dos desesperados que desejam, pelo menos, um pouco de afeto e solidariedade, em meio a tantas riquezas, onde a água é o maior presente de Natal.

Tatu
Não fosse tão grave seria jocoso o nome da nova entidade do cartel recentemente denunciado, em 7 estados brasileiros nas obras do metrô. Soa como zombaria perante o povo o Tatu Tênis Clube.

Gestão tucana
As grandes empresas brasileiras, como Camargo Corrêa, Odebrecht, OAS, Queirós Galvão, vivem em estado de leniência. A mais recente entrega de envolvidos em irregularidades, pelo ex-diretor Marcelo Odebrecht, envolve dez bilhões nas administrações tucanas de Alckmin, José Serra, Alberto Goldman. Tudo relacionado com as obras do metrô, em projetos que se estendem por vários estados. A acusação é de cartel, que envolve 21 empresas. Marcelo apresenta documentos sobre denúncias. Com mais esta grande entrega, tem direito a folga da prisão. Está indo para a mansão no Morumbi, depois de dois anos de meio. Dá sinais de que encerrou as denúncias. Geraldo Alckmin vinha despontando bem para as eleições de 2018. Complicou!

 

Juiz esclarecido
Impressionante e chega a ser repugnante, a insistência do ministro Gilmar Mendes na soberba em se opor à eficácia no combate à corrupção. Tenta barrar e desqualificar o trabalho da polícia e do Ministério Público em acusações contra perigosos delinqüentes da elite econômica e política. E mais, ataca as atuações do ex-procurador Janot, elucubrando defeitos e tomando o respeitável agente público na conta de acusador irresponsável. Mas, ainda temos juízes no Supremo Tribunal Federal. O ministro Luiz Roberto Barroso rejeita com precisão insinuações que visam proteger criminosos. Citando fatos evidentes e de domínio público, discorda de Gilmar. Concluiu Barrosa: “Ricos criminosos não têm imunidade”, citando casos como Rocha Loures, Gedell e Cunha.

Fome
Grave, muito grave! Venezuela registra casos de fome atingindo a infância! A fome produz ausência de qualquer razão!


Natal
Ouvi o pároco da igreja Sagrado Coração de Jesus destacar a importância de uma árvore de Natal colocada defronte o altar, indicando a importância de seu símbolo de vida. Ao lado daquela repleta de enfeites, a árvore despida deixa ver o apelo de renovação e vida.

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