A complicada situação enfrentada pela administração do Hospital Psiquiátrico Bezerra de Menezes (HPBM) continua. A instituição é a única do tipo e é referência para a região de abrangência de três Coordenadorias Regionais de Saúde. A falta de recursos é responsável pelo acúmulo de déficits que em 2017 foram de cerca de R$ 800 mil. Os serviços ainda não tiveram diminuição e estão sendo mantidos pelo Hospital da Cidade de Passo Fundo, mas caso não haja nenhuma definição, é possível que o funcionamento sofra alterações nos próximos meses.
O administrador do Hospital da Cidade, que administra o HPBM, Luciney Bohrer, explica que nos últimos meses não houve nenhum avanço nas tratativas com o governo do Estado e espera-se que seja cumprida uma promessa de aumento dos recursos a serem repassados ao hospital. Conforme Bohrer é necessário que se tome uma decisão definitiva com relação ao HPBM nos próximos meses e isso pode incluir a diminuição do número de atendimentos caso nada mude.
No ano passado, o HPBM recebeu 1.045 internações, das quais 629 as pessoas eram de Passo Fundo. Destas, pouco mais de 63% foram atendidas por meio do convênio com o Sistema Único de Saúde. O tempo médio de permanência das pessoas internadas é de 25 dias. O HPBM é referência para 90 municípios da região.
O hospital conta com equipe multidisciplinar que inclui assistente social, farmacêutico, enfermeiros, educador físico, nutricionista, psiquiatras e terapeuta ocupacional para o atendimento dos pacientes. No entanto, o HPBM recebe pouco mais de R$ 53 pela diária de internação. O valor é insuficiente para cobrir todos os gastos com medicamentos, profissionais e a estrutura disponibilizada pelo hospital. Com o baixo valor repassado, os déficits tem se acumulado desde 2014 e têm sido cobertos pelo Hospital da Cidade.
Conforme Bohrer, uma decisão deve ser tomada dentro de 120 dias e dependerá do posicionamento do governo do Estado. Inicialmente se buscava uma forma de os municípios que têm o hospital como referência colaborarem com recursos. Em outubro do ano passado foi realizada uma audiência pública e criado grupo de trabalho com o Ministério Público para discutir a situação e buscar uma solução, mas até o momento não houve nenhum avanço. Em 2016, o déficit do HPBM foi de mais de R$ 760 mil.