Equivocadamente Vemos alertas sobre sinais que aparentam sujeira da cidade quando olhamos a rua coberta de folhas secas ou gramíneas que brotam nas calçadas e ruas. São meros fenômenos da natureza. O que desnatura e agride a vida de uma cidade é o lançamento volumoso de dejetos na rede de saneamento pluvial e, muito mais perverso, o esgoto cloacal a céu aberto. O verão escaldante está denunciando isso, principalmente no odor fétido que exala dos bueiros. No centro e nas vilas há problemas. Passo Fundo, por situar-se em boa altitude agregada à topografia urbana, ainda é das cidades com menores problemas de saneamento.
Isso, no entanto, não basta. A inexorável destinação exige a consciência geral de preservação das condições de vida. Rios e riachos ainda recebem esgoto in natura. O rio Passo Fundo escancara a deficiência. Atravessa a cidade em pranto funeral, embora insista em oferecer tantos benefícios estéticos e de vida com suas águas, peixes, árvores, pássaros, flores e tudo o que purifica o ar que respiramos. É indispensável que a coleta do esgoto se destine ao sistema de tratamento que melhorou razoavelmente nos últimos anos. Ainda é pouco para o que merece a cidade. Parece que as ligações de residências exigem um esforço logístico importante, tanto da gestão pública como de cada morador. Uma das dificuldades seria o nivelamento dos terrenos. Sabemos que o assunto vem sendo tratado pelo órgão municipal do meio ambiente, em sintonia coma CORSAN e outros. Mas é preciso mais ainda, para uma tarefa urbana de saúde pública ingente. Pensarmos como prioridade é obrigação cívica intransferível. Neste caso a excelência das soluções não pode ser vistas como utopia!
O invisível desastre
O Brasil continental finge desconhecer questões fundamentais. E as cidades crescem fisicamente, deteriorando condições de vida, a partir do saneamento. Com tanta riqueza e prosperidade econômica, permanecemos na colocação 112 entre os países no saneamento básico. Perdemos para Chile, Bolívia, Argentina. No século 21 as tecnologias fizeram disparar a evolução no mundo, muito em função da comunicação eletrônica. O saneamento, pressuposto de saúde pública, está perigosamente estagnado, emperrando o aprimoramento físico e metal de crianças e adultos. A concepção de cidade limpa é vista externamente, o que agrade com razão os olhos. Mais urgente, porém é o presente e o futuro de suas entranhas, sob pena de termos uma explosão intestina com males escabrosos. Passo Fundo tem adiantado essa questão em relação a outros municípios de médio porte. Os próximos passos, porém, serão válidos se olharmos para a vala promíscua do esgoto. É a saúde pública em clamor.
Saúde para cães
São Paulo inaugura seu terceiro hospital para atendimento exclusivo de pequenos animais. Recursos para tratar de gatos, cachorros e outros serão custeados pela prefeitura paulista conveniada com iniciativa privada. Serão cerca de mil atendimentos diários, em prédio de primeira classe, com recepção, sala de estar, enfermeiras, raio X, consultórios e centros cirúrgicos. É para tutores de baixa renda. Até aí, tudo bem. Já pensou se a moda pega para tantas comunidades carentes do Brasil e até surjam novos leitos hospitalares para pessoas? Pelo jeito, é possível!
Clea Carpes
A advogada gaúcha Cléa Carpes foi agraciada com a medalha Rui Barbosa, em sessão especial da OAB Nacional. É a primeira mulher a receber a comenda pela atuação em defesa das liberdades democráticas. Marco importante na história advocatícia brasileira.
Trabalho
A sucessão de atos atentatórios às instituições do trabalho permite deduzir que paira vontade política contrária a ideais trabalhistas no governo. Primeiro o atropelo da CLT; depois a portaria sórdida para reduzir combate ao trabalho escravo; agora Temer anuncia Cristiane Brasil, fragorosamente relapsa nas obrigações trabalhistas perante subordinados, para ministra de um cargo cultuado como território sagrado da nação. Resta o poder judiciário para impedir a afronta moral e “to do one’s Best” (fazer o possível) para evitar tanta leviandade ética.