Assisti ao Balde Runner 2049 e me impressionei com a visão futurista e plausível em que os humanos, cheios de defeitos, serão substituídos pelos replicantes (andróides). No prmeiro Blade Runner a cena mágica (do diretor Ridley Scott) acontece entre os personagens Ricky Deckard (Harrison Ford) e Roy Bladdy (Hutger Hauer), embelezada pela música Tears in the Rain (lágrimas na Chuva) em que o andróide Roy diz que depois de tudo o que viu é tempo de morrer (time to die). Evangelos Odysseia (Vangelis, para os íntimos, assina, com maestria a trilha sonora dessa obra, assim como o fez em Carruagens de Fogo, Missing e 1492. Os seres replicantes fazem um trabalho lógico, computadorizado e podem ser eliminados tão logo se apresente uma versão mais adequada ao que se deseja, ao que se impõe pelo grande público consumidor. Quem paga dá as cartas, não é mesmo? Tem sido assim nos últimos milênios e assim será enquanto o homem estiver nesse estágio superficial da contemplação individual os de sua visão subjetiva egoísta da dinâmica do universo. Há uma permanente necessidade da troca pelo novo não importando se isso trará vantagens. Acho que me enganei ao imagina uma energia superior (que alguns chamam de Deus ou Criador) que se preocupasse com cada pensamento de todos nós, como se estivéssemos sendo vigiados permanentemente e que tivéssemos que prestar contas ao final de um determinado período e, então, pelo mérito, poderíamos habitar o céu ou inferno. Dizem que somos filhos de Deus ou melhor, filhos da perfeição. Mas, olhe para os lados, para a TV, para os jornais e revistas, olhe para as crianças famintas, para os velhos abandonados, olhe para si mesmo e pergunte-se: isso é a perfeição, somos filhos da perfeição?
Abandonados estamos à própria sorte como Cachorros de Palha, poeiras das estrelas. Fantasiosamente acreditamos que tudo pode ser transmitido de uma geração a outra como legado. Alguns de nós lutam intensamente para serem cópias orgulhosas de seus pais (prá que digam quando eu passe – saiu igualzinho ao pai), alguns querem ser tão brilhantes quanto seus velhos professores, tão consistentes e verossímeis. Mas, existe uma nova revolução em curso e é tecnológica, rápida, vertiginosa, informação instantânea, informação on the time e on-line. Meu celular, meu note tem que estar conectado porque eu preciso estar sabendo o que está rolando neste momento, depois deletamos para outro momento e para outro. E agora é Annita e Pablo Vittar, ontem foi Pitty, anteontem foi ...quem mesmo?
Há nos Estados Unidos um experimento de que talvez possamos passar nossas inteligências e sentimentos para máquinas, como uma espécie de banco de dados (A Era das Máquinas Espirituais – Ray Kurzweil). Quando nossos corpos não mais estiverem presentes poderemos ser acessados para bate papos, troca de ideias ou tergiversar sobre qualquer coisa. Será que alguém vai querer bater papo com a gente?