OPINIÃO

Dia da Caridade

Por
· 2 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

No dia 10 de maio de 2016, foi promulgada a lei Nº 5197 que institui o dia 11 de fevereiro como o Dia Municipal da Caridade na cidade de Passo Fundo. O projeto foi apresentado pelo Legislativo Municipal e a seguir foi sancionado e promulgado pelo Poder Executivo. A motivação de instituir o Dia Municipal da Caridade foi homenagear os 100 anos da fundação da primeira Conferência da Sociedade São Vicente de Paulo - fundada em 11 de fevereiro de 1916. Da caridade dos vicentinos nasceram obras como o Lar do Idoso Nossa Senhora da Luz, Casa de Apoio, Escola de educação infantil Notre Dame Santa Isabel e o Hospital São Vicente de Paula.


A caridade não é invejosa, não é interesseira, não é presunçosa, nem se incha de orgulho nos escreve São Paulo na primeira carta aos Coríntios 13, 1-13. Por isso é necessário e justo reconhecer todas as obras de caridade existentes na cidade de Passo Fundo, sejam aquelas ligadas às Igrejas ou à sociedade civil, aos órgãos públicos e aquelas incontáveis e invisíveis ações individuais. É bom parar, perceber e reconhecer que isto faz parte do cotidiano da cidade. Ignorar estas ações é fazer uma leitura parcial da realidade.
Uma data como o Dia Municipal da Caridade não delimita a ação caritativa. Jesus, em um ambiente conflitivo, pergunta aos legalistas: “Em dia de sábado, é permitido: fazer o bem ou fazer o mal, salvar uma vida ou matar? (Mc 3,4). Para fazer o bem não existe dia, nem limitação moral, nem legal. Ter um dia da caridade é provocativo e faz refletir.


A caridade faz parte da história da humanidade e é ensinada e estimulada pelas grandes correntes religiosas e humanitárias. Ignorar a caridade na história da humanidade é fazer uma leitura superficial, pois, infelizmente, as páginas dos livros de história ressaltam em demasia violência e crueldade, que também existiram e continuam existindo.


A marca da caridade cristã está na sua referência a Jesus Cristo. É ele sua fonte, seu centro e seu fim. O cristão através da sua fé em Cristo e de sua comunhão viva com ele, está em condições de amar os homens como o próprio Cristo os amou e continua amando-os. Disso brotam algumas peculiaridades específicas da caridade cristã.


A caridade é uma virtude teologal, junto com a fé a esperança. Virtude é uma atitude firme, uma maneira habitual e constante de agir que regula os atos da pessoa. Não é um ato isolado, nem uma ação com segundas intenções. Ensina o catecismo que “pessoa virtuosa é aquela que livremente pratica o bem”. A fé, a esperança e a caridade formam um todo indissolúvel e mutuamente se chamam e se complementam.


Uma segunda característica é o caráter universal da caridade, por se dirigir a todos. Parte do princípio de que todos são irmãos (Mt 23,8), assim como Deus faz chover sobre os bons e maus (Mt 5,45). Outra marca da caridade cristã é que ela é um caminho de conhecimento de Deus e do ser humano. Conhecer em linguagem bíblica vai além do observar, memorizar, saber, mas atinge o plano das relações humanas.


Por fim, a caridade é uma realidade criadora e uma fonte fecunda de vida, ultrapassando os limites legais dos direitos e deveres. Como ensina o Catecismo da Igreja Católica no nº 1829: “A caridade tem como frutos a alegria, a paz e a misericórdia; exige a beneficência e a correção fraterna; é benevolência; suscita a reciprocidade; é desinteressada e liberal; é amizade e comunhão”.

Gostou? Compartilhe