Um assalto coletivo a cada dois dias. É com essa realidade que os cobradores, motoristas e passageiros dos ônibus urbanos precisam conviver em Passo Fundo. No intuito de acabar, ou pelo menos diminuir esse número, os trabalhadores, por meio do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Urbanos Coletivos Urbanos de Passo Fundo (Sindiurb), fizeram algumas solicitações em reunião realizada na manhã de sexta-feira (9), na sede da Brigada Militar. Para as empresas que realizam o transporte no município, a cobrança é pela implementação de câmeras de seguranças dentro dos veículos para facilitar a identificação dos criminosos. Atualmente, apenas a Codepas conta com o serviço, enquanto Coleurb irá enviar uma proposta e a Transpasso ainda não se pronunciou a respeito. “As câmeras que já estão instaladas na Codepas ajudaram a identificar um dos marginais que já tinha cometido mais de doze roubos em janeiro. Ele continua preso em função desse suporte. A câmera vem para ajudar”, expõe o Major Paulo César Carvalho.
Uma melhor iluminação nas paradas espalhadas pela cidade também é vista como fundamental e foi solicitada, pelo sindicato, ao líder do governo municipal na Câmara de Vereadores de Passo Fundo, Alex Necker. A Brigada Militar, por sua vez, se comprometeu a intensificar as ações de segurança e vai começar a fazer mais abordagens nos ônibus. Manifestações ou paralisações poderiam acontecer na próxima semana, mas como as empresas aceitaram ou ficaram de analisar as propostas, nenhum movimento está sendo programado pela categoria.
Segundo o presidente do Sindiurb, Miguel Valdir dos Santos Silva, além do cobrador, os passageiros também estão tendo seus pertences roubados. “Eles puxam a arma e rendem o cobrador. Geralmente um fica segurando os passageiros, no sentido de ameaçar, enquanto o outro vai fazendo a coleta do que os passageiros têm. Esse é o modo operante deles. O valor é pouco quando só assaltam o cobrador, já que eles colocam no cofre e a chave não fica com eles. Aumenta um pouco mais quando roubam os passageiros. Talvez por isso estejam fazendo assim agora”, explica.
Recentemente, motorista e cobrador também foram agredidos durante um roubo. “Ha uns anos atrás, tivemos o falecimento de um colega nosso, que foi com um tiro. Depois, outros colegas também ficaram com lesões oponentes devido a agressões. Um deles chegou a levar tiros, outro levou facadas. Temos muita gente com sequelas ao longo do tempo”, finaliza Miguel, sobre o histórico de agressões.