Amor de Carnaval
Não foi o carnaval que me fez um homem. Mas no carnaval pela primeira vez me senti mais do que um menino. Nos bailes infantis desperdiçávamos lança-perfume nas costas das gurias. Brincadeira de uma época em que não cabiam lenços em nossos bolsos. Das matinés para as noites foi um pulo e a folia era uma grande integração da cidade. Mais do que isso, um colírio para os olhos. Esses bailes representaram um passaporte para a vida. O carnaval me abriu as portas da realidade e me estendeu um tapete ao paraíso dos sonhos. O grito de carnaval nada mais é do que um grito de liberdade. A sensualidade é o destaque entre confetes e serpentinas, permitindo que a fantasia da igualdade desperte as paixões de carnaval. Um fascínio que desabrochava enquanto a orquestra (sim, orquestra mesmo!) tocava Máscara Negra. O refrão ‘Vou beijar-te agora, não me leve a mal, hoje é carnaval’ era um convite para a mágica atração dos lábios. Seria uma espécie de é agora ou nunca. E jamais houve alguma rejeição a tão maravilhoso momento. Então, hoje, também recordo das minhas babaquices. Foram quando o olhar da Colombina expressava o pedido por um beijo e esse Pierrô panaca continuava dando voltinhas no salão. Mas, como faz parte do enredo, também foi um aprendizado. E a festa só terminava no sábado seguinte, no enterro-dos-ossos. Ou começava. Num baile de enterro-dos-ossos, estávamos sentados na escadaria do clube quando houve o encanto do encontro das mãos. Éramos novinhos, o baile já estava no final e nós pensávamos num início. Enfim, um carnaval com pretérito, presente e futuro. Assim compreendi porque sempre é carnaval.
Oásis fechou
As especulações, que já eram fortes, confirmaram-se. Com quase 70 anos de história, o Bar Oásis, mais antigo café de Passo Fundo, fechou as suas portas no último sábado. Fechou para reforma, é claro. De acordo com Luciano Pacheco, o general manager da casa, o velho Oásis passa por uma ampla reformulação, permitindo oferecer lanches e petiscos. Tudo isso sem perder as suas características mais tradicionais como a venerável Mesa Um. Em meio às obras de remodelação, Lu tem expectativa de reabrir o (novo) Oásis já na próxima quinta-feira, 15/01. Antes que me perguntem: o Léo foi visto pela última vez, domingo, jogando futevôlei no Posto 9 de Ipanema. Será que formou dupla com o Renato?
Propagadores
Quem propaga o mal, deseja o mal. Quem propaga a mentira, deseja iludir. Quem propaga a morte, deseja sangue. Quem propaga a discriminação, deseja o ódio. Quem propaga porcaria, deseja o fim da arte. E assim vai. Aliás, assim está. Entre baboseiras sobre a pseudoarte e a propagação da maldade, desfragmenta-se a sociedade. Ora, isso é cenário para republiqueta de filmes de ação de quinta categoria. E tudo isso ocorre de forma organizada. Mas será que os organizadores já avaliaram a possibilidade de acabarem sendo os mais prejudicados? A propagação que vai, também retorna.
Trilha sonora
Do filme Orfeu Negro, a música de Antônio Maria e Luiz Bonfá conquistou o mundo. Aqui num antológico encontro de Johnny Mathis e Agostinho dos Santos: Manhã de Carnaval
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