OPINIÃO

Segovia fissurou o metatarso

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O delegado geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, precipitou os fatos previsíveis, ansioso por proteger o presidente Temer. Extrapolando sua missão no comando da Polícia Federal, tentou resolver rapidamente o incômodo que vem causando a suspeita de envolvimento de Temer em trama de corrupção. Sua postura estranha alertou os gansos! Sua ousadia apostou na incapacidade do entendimento popular ao apreciar o mais explícito caso de propina protagonizado pelo deputado e assessor intimamente ligado ao presidente, Rocha Loures. Refestelou-se em demasia para agradar o Palácio, dizendo que “uma única mala de dinheiro não seria prova suficiente”. Por isso antecipou seu parecer pelo arquivamento do inquérito no envolvimento de Temer. Isso tudo, após audiência secreta com o presidente. Bastou para que a lépida tentativa de escoimar Michel acendesse os holofotes sobre tudo o que julgava afoitamente digno de arquivamento. Seus colegas estavam ainda inquirindo testemunhas para consolidar prova. Mesmo com o silêncio de alguns barões da imprensa, o assunto ficou mais sério quando o ministro Luís Roberto Barroso agiu rapidamente avocando ao supremo o pedido de explicações a Segovia. Tentou driblar a ética policial, mas foi infeliz na sua sabujice, pisou mal e fraturou o metatarso. A mídia, afinal, percebeu e acabou repercutindo um pouco menos que a lesão de Neymar.

 

Jungmann substitui

Em meio à estranha composição ministerial de Temer, a figura de Raul Jungmann tem sido espécie de exceção, diametralmente oposto ao descalabro de outras nomeações. Exonerou Segovia e levou o nome de Rogério Galloro ao Planalto. A escuderia infiltrada no Lava Jato foi surpreendida e não restou ao presidente alternativa senão aceitar a demissão do comandante da PF, que foi substituído.

 

Alerta
O ministro do Supremo, Luís Alberto Barroso há muito que está atento às manobras incríveis contra a investigação. Autorizou a prorrogação do inquérito com quebra de sigilo e outras providências.

 

Garagem do Jaburu
A procuradora Raquel Dodge resolveu mostrar que não estacionou na garagem palaciana. E encaminhou pedido ao Supremo para incluir Temer na investigação sobre o jantar no Jaburu. Tudo isso é sintomático. Ainda que seja prudente esperar pelas provas, o jantar envolve os ministros Padilha e Moreira, nomes de proa do PMDB, a exemplo de Temer, ainda em 2014. Dodge entende que o dever de investigar não é o mesmo privilégio previsto ao presidente e ministros para julgamento.

 

Jaques Wagner
Enquanto o vulcão de denúncias elucida o desastre do governo do Rio, no PMDB de Sergio Cabral, explode como uma bomba a denúncia de corrupção contra o petista da gema, Jaques Wagner. A sessão de terça no senado foi incisiva pela inocência do ex-governador citado para concorrer pelo PT à presidência.

 

Até os ossos
A investigação persecutória da máfia da prótese que falsificava e superfaturava material de implantes ortopédicos avançou até a lavagem de dinheiro. Esse lucro infame levou o médico Fernando Sanches a esquentar dinheiro em lojas de produtos infantis. A polícia conseguiu bloquear em torno de 20 milhões neste patrimônio espúrio.

 

Superação
Nesta sexta-feira, dia dois de março realiza-se o Seminário da Campanha da Fraternidade, no Colégio Bom Conselho. Será às 19h no auditório deste educandário engajado no tema Fraternidade e Superação da Violência. A campanha destaca o pensamento citado no evangelho de Mateus “vós sois todos irmãos”. As comunidades, além de esperar os efeitos defensivos do estado policial têm capacidade pacificadora na cooperação. Ver o próximo como merecedor de atenção evita ódios que violam a paz cotidiana. Debater esta pauta também é coragem perante o complicado relacionamento humano das diferenças.

 

Sorte e fé
O compositor Renato Teixeira fala sobre a vida, de esforço pessoal e fé. “A fé tem que ser mais forte que a sorte”.

 

Ricordi
O Coral Ricordi D’Itália retomou seus ensaios para mais um ano de música e arte. Está pronto o DVD de 2017.

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