O ano letivo já começou, mas cerca de 400 alunos ainda permanecem sem escola em Passo Fundo. Dentre os casos que procuraram a Central de Matrículas, muitos perderam o prazo regulamentar que se encerrou em novembro do ano passado, mas muitos também migraram de escolas particulares para a rede pública. A 7ª Coordenadoria Regional de Educação (7ªCRE) organiza a abertura e adequação de turmas para atender a demanda.
Conforme o diretor-geral do CPERS Sindicato Núcleo de Passo Fundo, professor Orlando Marcelino da Silva, o sindicato está acompanhando a situação das escolas neste início de ano letivo, no entanto, já observou uma série de situações no município. Segundo ele, Passo Fundo não está em situação diferente do restante do Estado, em que o governo segue com uma política de fechamento de turmas, escolas e turnos, além da municipalização do ensino fundamental.
O diretor do CPERS também destaca que enquanto turmas de ensino fundamental estão sendo fechadas sob a alegação de falta de alunos, há turmas com mais de 50 alunos em uma única sala de aula. Além disso, há escolas que precisaram reabrir turmas no início do ano letivo, em função da demanda. O professor destaca ainda que o número de pessoas buscando vagas na Central de Matrículas demonstra que há necessidade de, pelo menos, mais dez turmas no ensino médio. Além disso, o fechamento do turno noturno em escolas das áreas periféricas do município. Com isso, os jovens têm necessidade de se deslocarem a escolas em outras áreas do município. Os custos com o transporte e a maior dificuldade de acesso podem fazer com que muitos deles que trabalham o dia todo acabem desistindo de estudar. Muitos desses alunos precisarão, posteriormente, procurar a educação para jovens e adultos, o que influencia na queda da qualidade do ensino do Estado.
Falta de professores
Outra situação preocupante, que tende a se agravar nos próximos meses, diz respeito à falta de professores. Neste início de ano letivo o governo do estado faz as adequações necessárias no quadro e na carga horária de professores, o que pode levar pelo menos um mês, segundo o diretor do CPERS. No entanto, o mês de março, tradicionalmente, é o que concentra maior número de pedidos de aposentadoria. Neste ano, em função das discussões sobre a reforma da previdência, muitos professores ingressaram com os pedidos de aposentadoria nos meses de janeiro e fevereiro que ainda serão avaliados e os benefícios concedidos ou não. Essa situação também deve impactar a rede estadual.
Conforme o coordenador da 7ªCRE, professor Elton de Marchi, são cerca de 400 alunos sem escola e que precisarão ser encaixados em turmas já existentes ou novas. Os pedidos foram encaminhados para a Secretaria Estadual de Educação. Segundo ele, muitos desses pedidos são de alunos que não foram matriculados no período adequado, no mês de novembro de 2017, mas há também aqueles que saíram de escolas particulares e estão ingressando na rede estadual. Segundo ele, há espaço e também professores para suprir a demanda que depende apenas de organização. Neste momento, a CRE está com falta apenas de professores de Geografia e de Língua Inglesa. Segundo o coordenador, os processos de contratação já foram abertos.