Legislativo mediará impasse entre servidores e Executivo

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O longo das últimas semanas, a Câmara de Vereadores de Passo Fundo tem acompanhado as manifestações dos servidores municipais que reivindicam junto ao Executivo um reajuste salarial. Para estender um diálogo e mediar o conflito estabelecido entre a categoria e o Executivo, vereadores, da base e oposição, se reuniram na tarde desta quarta-feira (28) com lideranças do Centro Municipal de Professores (CMP) e do Sindicato dos Servidores Municipais de Passo Fundo (Simpasso).

 

A conversa, além de tratar sobre a reposição salarial dos servidores, buscou uma alternativa para a recente medida da Prefeitura de bloquear o ponto dos servidores que aderiram à paralisação. “Hoje tivemos um revés na negociação e fomos tomados de surpresa por um corte abrupto do ponto dos professores e demais servidores, com o desconto de aproximadamente R$ 1 mil na folha de pagamento”, sinalizou dirigente do CMP, Eduardo Albuquerque.

 

A informação, conforme ele, foi repassada pelo procurador do Município, Adolfo Freitas, que alega que o desconto se refere aos três dias de paralisação que antecederam a greve. “Ele justifica que não existe uma legislação específica para paralisações e que, por isso, não temos amparo legal que garanta o pagamento do salário nestes momentos”, explanou Eduardo, defendendo que a realização desses movimentos faz parte do processo democrático. “Essa atitude arbitrária do Executivo nos colocou em outra situação: a de que não voltaremos para sala de aula enquanto não for devolvida essa quantia significativa a todos servidores. Assim, além do índice que pleiteávamos, agora temos mais uma demanda, que é ter o retorno desses valores de imediato. Caso contrário, teremos uma perda irreparável”, disse.

 

A determinação, segundo Regina dos Santos, professora da rede municipal e integrante do CMP, vem agravar, também, o cumprimento do calendário educacional, que estabelece a realização de 200 dias e 800 horas no ano letivo. “É de conhecimento de todos que a educação tem por obrigação cumprir 200 dias e 800 horas para fechar o ano letivo. Neste ano, já iniciamos o calendário com três dias a menos e, com essa questão do corte de ponto, se agrava um pouco mais. Os professores, mesmo em greve, estão se propondo a recuperar esses dias e horas de trabalho, desde que não haja o corte de ponto, já que, caso isso aconteça, ele não estará recebendo para dar essas aulas”, disse.

 

O presidente da Câmara, Pedro Daneli (PPS), apoiado dos vereadores Marcio Patussi (PDT), Luiz Miguel Scheis (PDT), Rafael Colussi (Dem) e Alex Necker (PCdoB), informou que a Câmara mediará junto ao prefeito municipal um plano de ação que possa viabilizar a resolução do impasse. “Em toda greve, quem sai mais prejudicado são as pessoas que precisam dos serviços que foram interrompidos. Em se tratando da mobilização dos professores, os alunos ficam desassistidos e isso também prejudica a rotina das famílias. Assim, a Câmara deve participar deste impasse a fim de aproximar as duas partes”, considerou.

 

Greve já registra três dias

Em greve desde segunda-feira (26), servidores de aproximadamente 70 categorias lutam para receber o reajuste salarial, que corresponde a um aumento de 6,8%. Até então, as negociações não avançaram, uma vez que o Executivo oferece um valor cerca de 4% menor que o solicitado pelas categorias.

 

Segundo o presidente do Simpasso, Da Luz, o movimento já contou com a participação de 600 grevistas, organizados de odo a manter os atendimentos essenciais à população. No caso dos trabalhadores da saúde, por exemplo, a greve é parcial e aderida através de paralisações pontuais nos estabelecimentos de trabalho.

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