Fenômeno Bolsonaro
Se confirmada a prisão do ex-presidente Lula, no dia 4 de abril, quando o STF julgar o habeas corpus preventivo, o caminho está aberto para a eleição do deputado Jair Bolsonaro à Presidência da República. Quem afirma é o responsável pelo setor de Public Affairs (assuntos públicos) do Ipsos, instituto francês no Brasil, Danilo Cersosimo, em entrevista ao Congresso em Foco. Só nomes como Luciano Hulck e Joaquim Barbosa teriam força para retirar Bolsonaro do páreo. Os dois não estão filiados a partidos e já informaram que não tem intenção de concorrer. O PSB ainda tenta convencer Barbosa do contrário. Nas pesquisa de intenção de voto, Bolsonaro, que vai concorrer pelo PSL-RJ, só perde para Lula no segundo turno. Corroborando com esta análise, a Folha de São Paulo iniciou no fim de semana uma série de reportagens com eleitores de todos os candidatos à presidência. A primeira matéria foi feita com eleitores de Bolsonaro. Um dos ouvidos foi o sociólogo Thiago Santos,32 anos, que resumiu o sentimento do grupo: “Enquanto jornalistas e intelectuais estão preocupados com banheiros unissex, ele (Bolsonaro), está falando dos 60 mil assassinatos que ocorrem anualmente no Brasil”.
Pré-análise
A eleição presidencial deste ano será, como a gente tem acompanhado, uma das mais tensas e talvez dramáticas da história do país. As candidaturas ainda não estão formalizadas e tem muita água para rolar. Bolsonaro está num partido pequeno e terá pouco espaço de TV e Rádio se não fizer uma aliança que garante mais presença. Além disso, vai enfrentar o debate eleitoral, que muitas vezes é decisivo para os indecisos, que neste momento são maioria. Mas, vamos concordar com a análise do Ipsos e considerar que ele chegue ao segundo turno. O que vai acontecer é muito simples: os partidos que hoje brigam fervorosamente, devem compor uma grande aliança em torno do adversário de Bolsonaro.
Devolução
O ex-prefeito de Marau Josué Longo (PP), será notificado pelo atual prefeito Iura Kurtz (PMDB) sobre a a decisão do Tribunal de Contas do Estado que determinou a devolução de mais de R$ 500 mil reais aos cofres públicos, por conta de apontamentos feitos no primeiro ano do mandato. O TCE identificou problemas no contrato com o Hospital Cristo Redentor do município, no sistema de recolhimento de lixo e também no pagamento de insalubridade a servidores. No TCE, a decisão transitou em julgado. Longo poderá recorrer do Judiciário para contestar o resultado da inspeção.
Tiros
Há muito que a editoria de política vem se confundindo com de polícia. Não há o que acrescentar nos comentários sobre o episódio dos tiros em dois ônibus da Caravana de Lula pelo Paraná. Uma palavra apenas: lamentável. E o que dizer da ameaça contra o ministro do STF Edson Fachin? Um absurdo. A guerra ideológica descamba para um terreno extremamente perigoso, num momento em que o país precisa de serenidade para retomar o rumo. Não vamos a lugar algum matando adversários. Na verdade, é um tremendo retrocesso. As instituições e poderes constituídos precisam funcionar neste momento.