OPINIÃO

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Os evangelistas testemunham que uma das primeiras preocupações de Jesus Cristo ressuscitado, ao reencontrar-se com seus discípulos, foi libertá-los do medo. Várias vezes repete a saudação: “A paz esteja convosco!” (cf. Jo 20, 19-29; Lc 24, 36-49). O medo dos discípulos não era imaginário, pois eles tinham acompanhado toda violência que Nosso Senhor Jesus Cristo havia sofrido e, pelo fato de serem seus seguidores, temiam o mesmo para eles.

 

A Campanha da Fraternidade de 2018 colocou-nos o tema “Fraternidade e a superação da violência”. Além disso, na quarta-feira de cinzas foi-nos feito o convite: “Convertei-vos e crede no Evangelho”. Entre tantas conversões que todos nós precisamos fazer constantemente, a Campanha da Fraternidade nos propôs, em particular, a mudança de mentalidade sobre a violência. E o referencial para esta mudança, é crer no Evangelho, em outras palavras em Jesus Cristo.

 

O texto base da Campanha da Fraternidade, no número 164, diz: “À luz da palavra definitiva de Deus que nos é dada por Jesus é que toda a delicada temática da violência e da vingança na Bíblia recebem uma resposta definitiva. Os escritos do Novo Testamento nasceram à luz da Páscoa de Jesus e todos a refletem de alguma forma. O centro do Novo Testamento é Jesus que é por excelência uma pessoa não violenta. Por isso, não se encontra nenhum tipo de incentivo à violência em suas páginas”.

 

Crer em Jesus Cristo ressuscitado é crer na vida nova que nos propôs. É assimilar, com todas as nossas limitações, seu modo de pensar, de avaliar e de agir. É olhar o mundo com outros os olhos Dele. Diante da tentação de ver somente a violência externa e aquela praticada pelos outros, Jesus alerta a multidão que é dentro do coração humano que saem as más intenções.

 

Diante da mentalidade comum de “amar o próximo e odiar o inimigo”, os ouvintes recebem o ensinamento de amar e rezar pelos inimigos, assim como Deus faz a chuva cair e o sol nascer sobre todos. Alerta que a interpretação do mandamento “não matarás” inclui também não se encolerizar, não humilhar, não ridicularizar o próximo, na linguagem de hoje, não fazer bullying.

 

Mas os gestos supremos de não violência da parte de Jesus estão reservados para as horas em que ele sofre as maiores violências, no momento de condenação, da tortura e da morte de cruz. É massacrado na sua dignidade com falsas acusações; ridicularizado na realeza com uma coroa de espinhos e crucificado como um malfeitor de primeira linha. Tudo isto tem como resposta aquilo que já havia ensinado anteriormente: a violência não se resolve com violência; as mentiras são sanadas com a verdade e a transparência; a ofensa e a agressão se curam com perdão: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”; aos assustados e medrosos por causa da violência, lhes devolve a paz e a serenidade.

 

Páscoa é a passagem da morte para vida. Cada cristão e todas as pessoas de boa vontade tem a grande tarefa de serem agentes para a passagem de uma cultura de violência para uma cultura de paz, de fraternidade, pois “todos somos irmãos”.

 

Cristo Ressuscitou! Feliz e abençoada Páscoa! Aleluia! Aleluia!

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