OPINIÃO

E a Netflix não vai "sentar à mesa"...

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A Netflix parece aquele convidado deslumbrado que quer sentar à mesa mas se nega a usar talheres e prefere usar só as mãos. Se nega a se dobrar às regras. Adorou o tapete vermelho de Cannes, mas a partir de agora, só poderá exibir filmes no festival francês fora da mostra competitiva. Todas as competições e mostras cinematográficas exigem que seus competidores sejam exibidos nos cinemas para concorrer a prêmios, mas a Netflix se recusa a exibir seus filmes fora do seu serviço de streaming.  Como resultado, o júri oficial do evento baniu a empresa da competição. Na semana passada, Steven Spielberg já havia manifestado a mesma opinião sobre a Netflix e o Oscar. "Se você produz para um formato de televisão, é um filme de TV", contou a agência ITV. “Se for bom, certamente merece um Emmy, mas não um Oscar. Eu não acredito que filmes que se qualificaram simbolicamente sendo exibidos por menos de uma semana na telona devam concorrer ao Oscar.” O debate em torno da empresa, inclusive, tem se alongado em torno de outros fatores, como a ausência de títulos clássicos e o tratamento desleixado dado a produções premiadas adquiridas pela empresa.
Não que a Netflix não produza material de qualidade: várias de suas séries e filmes são ótimos – alguns, como o recente Aniquilação e vários documentários, são provocadores – mas a quantidade de produções de qualidade duvidosa têm tomado a grade do serviço em detrimento da variedade de opções que ele detinha há alguns anos. Agora é esperar para ver se a empresa vai mudar suas regras para “entrar” no mundo das competições ou se vai optar por, quem sabe, boicotar os filmes de quem a tem criticado.

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Para quem já foi o “Peter Pan” do cinema, Steven Spielberg andava devendo. O diretor de Indiana Jones, Jurassic Park e produtor de marcos da geração jovem dos anos 80 como Goonies  Gremlins e De Volta para o Futuro há anos derrapa quando investe no público adolescente. Sua adaptação de TinTim para as gelas decepcionou muita gente, o quarto Indiana Jones é o mais fraco da série e “O Bom Gigante Amigo” é um de seus piores filmes. A julgar pela recepção, a grande estreia deste fim de semana em Passo Fundo está se saindo bem melhor. “Jogador Nº 1”  (14:15 e 21:15 na sala 1 do Centerplex Bourbon) vem sendo saudado como o retorno do diretor aos seus momentos mais inspirados. Apesar das ressalvas ao excesso de CGI, é difícil pensar que o livro de Ernest Cline ganharia as telas de outra forma. O sucesso da obra, que traz um futuro em que as pessoas imergem em um mundo digital para fugir do cotidiano opressor, reflete também o tempo em que ela é adaptada,  mais até do que quando foi escrita (o livro é de 2011).  Em tempo: sem cabines de imprensa longe das capitais, ainda é difícil alguma opinião mais concreta sobre o filme, apenas sua recepção.
Já no Arcoplex, TODAS AS SESSÕES serão tomadas pela cinebiografia de Edir Macedo – ou seja, sem espaço a outras opções para o público. Como o assunto  aqui é cinema, prefiro focar a atenção na obra de Spielberg...

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Aliás, sem contar a opção única do Bella Cittá, que é nacional, a ordem aqui continua sendo filmes dublados – inclusive no filme de Spielberg. A única opção legendada é a fraca continuação de Círculo de Fogo no Centerplex. Para quem acha que a dublagem deturpa todo o trabalho de som e interpretação originais, uma decepção.

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