Jordan Peele construiu carreira nos Estados Unidos participando de filmes de comédia tolos, filmes infantis e séries de TV humorísticas, mas surpreendeu meio mundo (ou mais) quando assinou Corra! no ano passado. Peele roteirizou e dirigiu um dos filmes mais elogiados do ano e se tornou o primeiro diretor a ser indicado ao Oscar já em seu primeiro filme. Ninguém esperava tanto talento num gênero sem nenhuma relação com o trabalho de Peele.
John Krasinski agora é o nome da vez. Krasinski é mais conhecido por papéis em séries de TV e como coadjuvante de alguns dramas e filmes de ação. Pois ele dirige aquele que vem sendo considerado um dos melhores filmes de terror/suspense (seu filme é difícil de definir) dos últimos tempos. Em Um Lugar Silencioso, temos uma família (o próprio Krasinski, ao lado de Emily Blunt e duas crianças) que precisam viver isoladas no meio rural e em completo silêncio, pois estão cercadas de criaturas assassinas que se orientam pelo som.
Krasinski é elogiado pelo trabalho de direção e parece ter tido competência de explorar o que o roteiro melhor oferece: um plot baseado em um elemento que reverbera nas escolhas técnicas. Ao ter como elemento central do seu filme de terror a necessidade de silêncio, tem um prato cheio para desenvolver um trabalho de som que ajuda na narrativa e oferece possibilidades imensas de construir tensão apoiando as imagens. Mais do que isso: a própria ideia de que não pode haver barulho já antecipa na plateia o medo e o suspense pela simples possibilidade de acontecer qualquer coisa, antes que elas aconteçam.
O filme é a estreia da semana na sala 1 do Centerplex Bourbon, com opções dublada e legendada.
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PARA ESPERAR EM BLURAY: “Deixa a luz do sol entrar”, da diretora francesa Claire Dennis, vem arrebatando a crítica internacional e brasileira, e ainda tem a sempre maravilhosa Juliette Binoche no elenco. Como é quase certo que esse tipo de produção não é exibida em Passo Fundo, aguarde chegar nas plataformas ou no home cinema.
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A Netflix segue ampliando na sua grade suas produções originais – e se alguém não percebeu, a empresa tem feito isso para garantir o próprio futuro, já que as produtoras cujos filmes são exibidos no serviço já perceberam que ela se tornou, mais do que aliada, uma concorrente. Só que se a Netflix continuar lançando bombas como The Titan, que estreou na semana passada, vai dar com a cara na parede. A premissa até é interessante – em vez de adaptar um planeta à raça humana, tentar adaptar o ser humano às condições da lua de Saturno que a NASA pretende colonizar para a humanidade sobreviver à destruição da Terra. A premissa para, no entanto, na ideia interessante e depois se torna um típico filme onde um experimento genético dá errado e cria um monstro. Pálido como filme, patético como construção de tensão, falho no desenvolvimento, é uma tremenda bola fora.
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Tem sessão aberta neste domingo na Casa de Cultura Vaca Profana. O documentário “O Pasquim – a subversão do humor” será exibido na Casa a partir das 17h30min com entrada franca. Na trajetória do Pasquim – que teve no passo-fundense Tarso de Castro um de seus expoentes -, fundado em 1969, no auge da ditadura militar, surgem nomes como os de Jaguar, Ziraldo, Sérgio Cabral, Luiz Carlos Maciel, Marta Alencar, Miguel Paiva, Claudius, Sérgio Augusto, Reinaldo e Hubert, Angeli, Chico Caruso, Washington Olivetto e Zélio – e todos com seu espaço no documentário. A Casa fica na rua Paissandu, 180, uma quadra abaixo do Hospital da Cidade. É só chegar!