OPINIÃO

Efeito Lula

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O silêncio dos fanáticos seguidores de líderes tucanos atolados na trama de corrupção é sintomático, após aceitação da denúncia contra Aécio Neves. A prisão do ex-presidente Lula, consumada pelo regular procedimento judicial, traumatizou aliados e liderados. O efeito punitivo começa a preocupar também as hostes dos que exacerbaram o clamor que pressionou o líder petista. A grande cortina de fumaça que apontava como solução absoluta contra a corrupção parece diluir-se no vale das sombras onde repousavam especialmente líderes do MDB, PP e PSDB e outros. O efeito da consumada prisão de Lula é a ponta do tapete que começa a ser erguido. O jogo de acusações não pode abrandar a gravidade do cenário devastador do crime organizado. A culpa de adversários em atos criminosos contra a nação brasileira não pode ser alegada como desculpa. Memorizei a citação do mestre Juarez Azevedo, sabida nas lides forenses, “Nemo auditor propriam turpitudinem allegans” (ninguém pode alegar a própria torpeza em seu favor). Os partidos coligados em algum momento, os delatores criminosos, enfim, essa tétrica confraria da fraude, não pode aliar-se para um favorecimento de conluio. A briga entre facções que atuaram ao bel prazer das oligarquias impregnadas no poder político pode ser producente para revelar verdades. Mas, se todos roubavam, e alguns ainda roubam? Isso chegou a ser cogitado como recorrência relativista. É hora do basta à condescendência aos que mutilaram impiedosamente programas sociais, saúde, educação, habitação ou merenda escolar. Não só judicialmente, mas também socialmente nenhum ato torpe pode justificar inocência dos corruptos e corruptores. E, a justiça, é essa que temos.

 

O momento
Não são raras as manifestações dos que concordam com a punição de todos os que mereceram condenação, inclusive tratando-se de partidários. Esse ódio absurdo e incentivado por fanáticos não é tudo. Há esperança de que o momento seja assumido pela necessidade implacável de decência mínima.

 

Plutocracia
A palavra tem significado mais grave do que se possa imaginar. “Ploutos”, de grego, é riqueza, e “kratos” é poder. É quando o poder e o dinheiro subjugam a ética, o respeito humano. É bom lembrar que estamos diante de situação inédita na secular história do Brasil, em que a polícia chega ao fabuloso mundo criminoso do colarinho branco. A luta é muito difícil para quem não tem dinheiro e poder, mas são estes que devem tomar atitude, agora.

 

Aposentadoria
A pressão econômica global vem obrigando as nações à adoção de modelos de aposentadoria privada. Os grandes grupos financeiros estão aproveitando mais este imperativo cada vez mais óbvio, com o rombo da previdência pública. Caminho difícil!


Escombros
É pesado ver a destruição no Rio de Janeiro, causada pela corrupção no governo. Ver imagens dos Cieps dilapidados pela falta de cuidados é triste. Os escombros são muito semelhantes à devastação da guerra.

 

Torres
O arquivamento do processo contra o senador Demóstenes Torres mostra antagonismo punitivo. Cassado pelo Senado, volta a gozar de direitos eleitorais. Isso mostra que uma acusação criminal, no judiciário, depende de formalização perfeita, principalmente contra poderosos. As principais provas foram anuladas por não estarem de acordo com normas processuais. Muitas artimanhas vão surpreender a opinião pública.

 

Retoques:
Gilmar Mendes, Tofolli e Levandowski, são os ministros que absolveram Demóstenes Torres.
A Arábia Saudita abre o primeiro cinema. É novidade muito interessante, em especial para a população jovem.
Faço dois registros sociais. Marina Rodrigues Meneghini recebeu a carteira de advogada, na semana passada na OAB de Passo Fundo. Estive presente na solenidade, feliz pela conquista da jovem sobrinha.
Amigo de muitos momentos, o advogado e mestre em direito, Júlio César Pacheco, completa 50 anos. Tem uma carreira repleta da conquistas, iniciada no jornalismo. Júlio é referência na advocacia e firme dedicação ao conhecimento. Vida longa!

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