OPINIÃO

Teclando

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Estático e dinâmico

Fico estático em relação ao dinamismo dos jovens diante da tecnologia. Mas, pela antípoda deste observador, sinto que eles ficam estáticos diante da realidade dinâmica. Os nomes das ruas foram substituídos pelos indicativos de posições, transformando os smartphones em interpretadores de posição e orientadores de direção. É o GPS, um sistema tecnológico que propicia muitos benefícios, auxiliando em viagens ou pequenos deslocamentos pelas cidades. Porém, essa dinâmica tecnológica está deixando estático o raciocínio do conhecimento. As pessoas fazem o que indica o aparelhinho, mas não sabem exatamente para aonde estão indo. Perderam a lógica da rosa dos ventos, não sabem para que lado fica o Norte e nem o lugar em que o sol surgirá. Diante de tamanha vitalidade tecnológica, despreparados usuários congelaram os valores das coordenadas geográficas. Deslocam-se sobre as suas linhas, mas não sabem por onde pisam. Não conhecem mais pontos de referência palpáveis, rompendo um elo entre os humanos e o meio em que vivem. Praças, igrejas, escadarias ou bancos não são mais pontos de referência. Cada vez mais vale o sinal indicativo, não importa por aonde andam e o que interessa é apenas o ponto final de um percurso. Então, fico imaginando se um incauto usuário dessa dinâmica tecnológica tiver seu aparelhinho quebrado ou ficar sem bateria. Não saberá onde está. Imaginem se isso ocorrer entre a Praça Tamandaré e a descida para o velho aguadero? Nosso viajante sem bússola imaginará que está entre uma selva de árvores altas e um desfiladeiro de concreto. Estático, sem o aparelho, não terá a mínima ideia de posicionamento geográfico. Por isso, entendo que a modernidade exige a dinâmica do conhecimento básico. A evolução tem como origem o aprendizado adquirido através dos tempos. A nova dinâmica será estática sem os princípios fundamentais.


Barulheira
Em matéria de barulho não faltam opções no centro de Passo Fundo. E a turma é dedicada, pois atua diuturnamente. Além dos focos principais da baderna das madrugadas, temos a equipe que assume a barulheira durante o dia. São os inconvenientes - para não dizer coisa pior - alto-falantes instalados nas portas das lojas. Na Avenida Brasil, até parece que temos concurso para mostrar quem incomoda mais. É uma agressão aos ouvidos de quem passa pelas calçadas, de quem trabalha na área e de quem mora nas imediações. Promoções em um lado da calçada, pseudo música no outro e no meio do sanduíche os carros de som. Quem caminha pela calçada é surpreendido pelo som que, a cada passo, vai se misturando numa sinfonia agressiva aos tímpanos. A péssima moda também chegou a Moron. Será que, em respeito aos ouvidos dos seres humanos, alguém irá fiscalizar e coibir essa insanidade sonora?

Receio
Quando o verbo apreender se torna mais importante do que aprender, isso me dá uma enorme apreensão.

Trilha sonora

Arte não permite mediocridade. E música é arte. Arte como Galliano and Marsalis - La Vie En Rose
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