A Escola Municipal de Autistas Professora Olga Caetano Dias deve mudar até o fim desse mês. A sede, que atualmente fica na Avenida Scarpeline Ghezzi, na Vila Lucas Araújo, não é da Prefeitura e foi solicitada pelo dono do imóvel. A instituição deverá se instalar no Seminário Nossa Senhora Aparecida, na ERS 153, saída para Ernestina. A informação foi confirmada pelo secretário de Educação licenciado Edmilson Brandão.
O local era utilizado pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) enquanto o prédio da faculdade estava em construção. Ainda faltam alguns ajustes burocráticos referentes a valores, que estão sendo acertados entre o Executivo municipal e a Diocese de Passo Fundo, mas os funcionários da escola já estão encaixotando bens e documentos para a mudança. A partir da próxima semana, os reparos devem começar a ser feios no prédio. A escola vai utilizar metade da área que era usada pela Faculdade de Medicina da UFFS.
Apesar de o local ser mais afastado da cidade, um dos coordenadores da escola, Cleiton Bona, explica que o prédio foi escolhido junto com a Associação dos Amigos da Criança Autista de Passo Fundo (Auma). O vice-presidente da Auma, Emerson Drebs, confirma que o espaço será maior e deverá trazer mais conforto aos alunos. Drebs também é presidente da Presidente da Associação de Pais e Professores (APP) da Escola de Autistas. Em torno de 60 crianças, adolescentes e adultos são atendidos diariamente pela Escola Municipal de Autistas. No local, são realizadas atividades lúdicas e oficinas.
Construção da nova sede escola
A intenção é que essa mudança seja provisória, já que o ideal seria que a instituição tivesse sede própria. Bona explica que uma construção própria contaria com planejamento arquitetônico adequado às necessidades dos alunos. “Aqui a gente adapta tudo. É uma casa, tivemos que adaptar tudo. Tinha alunos que não tinham condição de subir escada, então tivemos que mudar as aulas para o andar de baixo”, contextualiza o coordenador.
A construção de uma sede própria é uma das bandeiras da Auma. De acordo com o vice-presidente da entidade, a escola já mudou duas vezes de lugar e sempre foram feitas adaptações nos espaços. Em resposta à reivindicação da entidade, no ano passado a Prefeitura de Passo Fundo fez um projeto arquitetônico de uma escola especializada, que seria modelo em atendimento ao autismo. À época, o orçamento preliminar foi de R$ 2 milhões. Há 15 dias, membros da Auma se reuniram com o vice-prefeito João Pedro Nunes e com alguns secretários para averiguar a situação.
O Executivo municipal tenta angariar recursos para execução da obra. Em agosto de 2017, o prefeito Luciano Azevedo foi buscar em Brasília recursos para a instituição. Em reunião com a deputada federal Yeda Crusius, ele solicitou a liberação de R$ 1 milhão, via emenda parlamentar da deputada. O Município ainda tentou mais uma parcela com o senador Lasier Martins, mas que não foi efetivada, de acordo com Brandão.
O secretário licenciado de Educação explica que a publicação do edital depende da Prefeitura conseguir mais uma parcela do recurso financeiro. Quando o dinheiro estiver disponível, a Secretaria de Planejamento deverá fazer o cálculo de atualização do orçamento e então licitar a obra. Uma contrapartida do Município também está prevista. Além do projeto, já há um terreno destinado à construção da escola. O imóvel fica na Cohab.
Drebs afirma que a Prefeitura não deu um prazo específico para a entidade, mas que a expectativa é que o projeto tenha andamento ainda neste ano, já que a construção da escola está prevista no Plano Plurianual (PPA) de Passo Fundo.