Das incoerências
A greve dos caminhoneiros, que durou dez dias, encerra com uma série de incoerências. Começou com a finalidade de baixar o preço do diesel. Recebeu a simpatia da população que está estrangulada de tanto pagar impostos. Avançou no atendimento das reivindicações, mas se perdeu no meio do caminho. Contrariando as entidades que representam a categoria e que pediam o fim do movimento, seguiu até a quarta-feira, causando desabastecimento e prejuízos incalculáveis. Os impactos ainda sentiremos por muito tempo. Os 46 centavos conquistados na redução do diesel não terão significado perto da conta que virá para pagar o prejuízo. Entidades empresariais de Passo Fundo, por exemplo, que manifestaram apoio ao movimento, pediram o fim da paralisação, diante dos danos já causados. Foi sem medida e ficou fora de controle.
Das incoerências II
E fora de controle se viu ‘de um tudo’. Patrocinado pelo ‘zap zap’, teve coronel do exército conclamando a população para um ato de destituição do presidente Michel Temer (seria na quarta às 17h); teve grupo pedindo o intervenção militar ao som de Geraldo Vandré, ‘Pra não dizer que não falei das flores’. E tantas outras bobagens que não valem nem a pena citar aqui.
Das incoerências III
A pior das incoerências é a moral de cueca: se fala tanto e de boca cheia que políticos não prestam, que o Brasil não vai pra frente se não acabar com a corrupção, etc. Mas, na primeiro oportunidade que se tem para levar vantagem, a moral some na hora. E quanta gente levou vantagem com o desabastecimento. Lei da oferta e da procura? Lei da ganância e da cara de pau. Quem não tem moral, não pode exigir que o outro tenha.
Recepção
José Fortunati (ex-PT, ex-PDT e agora PSB) esteve em Passo Fundo na quarta-feira. Não conversou com a bancada socialista na Câmara de Vereadores. Esteve acompanhado pelo líder comunitário Marcelinho Chaves, do Podemos. Fortunati quer disputar com Beto Albuquerque a vaga do partido ao Senado. Decisão será tomada no dia 9 . Na terra natal de Beto, a recepção foi protocolar, porque a visita pareceu uma afronta.