Com o enfraquecimento da paralisação no Rio Grande do Sul, motivado pela atuação dos órgãos de segurança nas rodovias, os caminhões carregados com gás de cozinha (GLP) começam a chegar a Passo Fundo. Na tarde de quarta-feira (30), uma distribuidora recebeu uma carga com pelo menos 500 botijões. Os GLPs foram distribuídos entre pelo menos 10 estabelecimentos. A expectativa é que o abastecimento se normalize em até duas semanas em todo o Estado. A previsão é do presidente do Sindicato das Distribuidoras, Comercializadoras e Revendedoras de Gases em Geral do Estado (Singasul), Ronaldo Tonet.
O abastecimento depende agora das prioridades definidas pelas empresas nos centros de distribuição. Conforme Tonet, com o fim do bloqueio em Caxias do Sul, o município deveria receber três mil botijões ainda na tarde de quarta-feira (30). A Capital estava parcialmente abastecida com o GLP. “Nos locais mais distantes, levará mais tempo. Mas em duas semanas todas as cidades estarão abastecidas”, garantiu Tonet. Entre domingo e quarta, a Brigada Militar e o Corpo de Bombeiros já escoltaram 67 caminhões com gás para todas as regiões do Estado.
Cristiano Costa, proprietário de um desses comércios em Passo Fundo, recebeu 30 botijões no fim da tarde. Sem o produto desde sábado (26), Costa tinha uma lista com mais de 120 pessoas na espera pelo produto. “Não vai dar para todo mundo, recebemos essa remessa, mas vai faltar”, enfatiza. O proprietário estava com expectativa de receber uma nova carga no feriado, a fim de tentar recuperar o prejuízo que teve nos últimos. “A gente que tem negócio próprio, ficar cinco dias sem o produto, não consegue nem dormir de preocupação. Está terminando o mês, temos que pagar nossas contas”, desabafou.
Referente ao preço do GLP, Ronaldo Tonet afirma que o produto não deverá sofrer aumentos no momento. Isso porque, segundo o presidente, o gás de cozinha possui uma política de reajuste de preço diferenciado na Petrobras. São quatro elevações anuais, feitas a cada três meses. A próxima está prevista para fim de junho ou início de julho.
Saúde
Apesar da desmobilização da categoria dos caminhoneiros, o comitê de crise do Hospital da Cidade (HC) decidiu manter a suspensão dos procedimentos cirúrgicos eletivos realizados no Centro Cirúrgico e do Serviço de Hemodinâmica a partir de sexta-feira (1º). O objetivo da ação é garantir os estoques dos insumos, medicamentos e alimentos, que estão baixos. Os setores da instituição estão orientados para a racionalização até que o abastecimento seja normalizado. Visando garantia do atendimento aos casos de urgência e emergência, o HC solicita que, dentro do possível, a população procure a assistência hospitalar em situações de urgência. Devido à dificuldade de deslocamento entre as cidades da região, os pacientes com exames de imagem e consultas agendadas não conseguem comparecer para os atendimentos e terão seus atendimentos reagendados.