Criptomoedas desmitificadas

Novo modelo de transação econômica foi abordado em palestra na IMED na noite de quinta-feira, tendo como tema blockchains e bitcoins

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Duas inovações em uma e que vieram para ficar. Blockchain e bitcoin foram tema de palestra na noite de quinta-feira (14), no auditório central da IMED. A realização do evento foi proposta pelos coordenadores dos cursos de Administração, Guilherme Moraes Vargas, e Ciência da Computação e Sistemas de Informação, Marcos Roberto dos Santos. Mais de 200 pessoas acompanharam a explanação do diretor comercial da Teevo S.A, Fabio Junges. A Teevo é considerada uma das maiores empresas do ramo, atualmente.
De acordo com Junges, estamos diante de uma nova maneira de lidar com a economia global sem que isto esteja nas mãos do governo. As criptomoedas nada mais são do que matemática aplicada à Ciência da Computação. “Eu costumo dizer o seguinte, são duas grandes inovações em uma só, que nasceram juntas e andam juntas, quando falamos de bitcoins e blockchain. O bitcoin tem este caráter de moeda ou de ativo financeiro e o blockchain é uma tecnologia que agrega uma série de funcionalidades. Hoje há mais de 1600 tipos de criptomoedas diferentes com propósitos distintos. Porém o Bitcoin já provou que tem validade, praticidade e potencial de escala. Já o blockchain pode ser usado em diferentes aplicações, como em conjunto com a Internet da Coisas, no rastreamento de cargas, pode ser usado na construção de outros ativos financeiros, tokenização de ativos. Costumo dizer que estamos em relação hoje a estes dois temas, como estávamos com relação a internet no início da década de 1990, temos um mundo novo inteiro que será discutido e construído a partir de agora”, aponta.
Para Junges, para entender melhor este processo é necessário saber um pouco sobre a criação do dinheiro, onde primeiramente surgiu o escambo, onde as coisas eram trocadas por coisas. Após foi criado o dinheiro mercadoria e a possibilidade de fracionar produtos que seriam trocados. Então surgiu o ouro como principal desejo e mercadoria de troca, que representava riqueza. “Andar com ouro não era seguro nem fácil. Portanto houve evolução por um certificado de depósito de ouro, o Ourives, sendo criado o “Padrão ouro”, que para cada unidade de dinheiro existia uma quantia de ouro guardada. Porém este padrão foi extinto em 1971. E desde então os bancos centrais passaram a imprimir dinheiro sem o lastro em Ouro. Hoje a maior parte do dinheiro em circulação, créditos e depósitos, é dinheiro sem lastro, a não ser a confiança no governo. Como em 2007 houve a grande crise financeira, tudo começou a ser redesenhado. Em 2008 nasceu o bitcoin para mudar a maneira de adquirir produtos e serviços”, esclarece o diretor.
Junges afirma que uma transformação está ocorrendo em relação aos formatos de dinheiro digital e o potencial da tecnologia de blockchain para criar novos modelos de negócios e quem entender sobre o funcionamento do mercado de moedas digitais, especialmente Bitcoin, poderá investir com mais segurança nesse mercado.
 
Blockchain
Blockchain (cadeia de blocos) é a tecnologia que permite o funcionamento do sistema de pagamentos do Bitcoin. Todas as transações realizadas são registradas em blocos, sendo criado um novo bloco a cada 10 minutos, que é validado, adicionado à rede Blockchain e associado ao hash do bloco anterior. Trata-se de uma rede distribuída, anônima, baseada em consenso, muito segura e as transações confirmadas na Blockchain não podem mais ser alteradas. Blockchain tem sido reconhecido como a tecnologia mais disruptiva desde a internet, e tem o potencial de provocar mudanças radicais na estrutura de muitos negócios.
 
Bitcoin
Bitcoin é uma nova forma de dinheiro (como o Real, Dólar ou Euro), mas é 100% digital e não é controlada ou emitida por um governo central. Ele pode assumir a forma de MOEDA, e ser utilizado para compra de bens e de serviços, ou como uma nova classe de ATIVO FINANCEIRO, podendo ser comprado ou vendido em corretoras de forma muito semelhante ao que acontece com as ações. Bitcoin é um dinheiro global, e pode ser utilizado para transferência entre pessoas de qualquer lugar do mundo de forma mais rápida e simples do que os sistemas financeiros tradicionais.

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