OPINIÃO

Fatos 23 e 24.06.2018

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Missão centenária

Ao ser acreditado pela Organização Nacional de Acreditação, às vésperas de completar 100 anos, o Hospital São Vicente de Paulo demonstra não só o cuidado que tem com o paciente, mas o zelo com a gestão. Para chegar a este patamar de eficiência, muitos processos, muitos paradigmas e interesses foram superados, quebrados e contrariados. E não é fácil contrariar interesses. Só uma gestão eficiente consegue manter uma instituição por tanto tempo com tamanha vitalidade. Um hospital filantrópico que, mesmo com prejuízos no atendimento ao SUS, mantém a vocação do atendimento pelo sistema. O balanço de 2017 traz com clareza os exemplos. Para cada R$ 100,00 de custo com o atendimento à população SUS, o HSVP recebeu do Estado o equivalente a R$ 66,80. Os outros R$ 33,20 foram cobertos pelo caixa único da instituição. O descompasso entre o que efetivamente é custo dos serviços e o que é pago pelo Estado, via SUS, deixou no ano passado, um déficit de R$ 70,4 milhões.

Clareza dos números

O valor contratado pelo Estado no ano passado para atendimento SUS foi de R$ 142 milhões, a receita contábil do contrato foi de R$ 141,7 milhões, mas, o custo chegou a R$ 212, 2 milhões. Se considerarmos o orçamento total do HSVP em 2017, que foi de R$ 423,7 milhões, o contrato com o Estado para atendimento à população SUS representou 33,46% do total. Em 2018, a previsão é um pouco maior, devendo chegar a 35% do total. E quem cobre este déficit? O próprio hospital através de outras receitas que formam o caixa único, como o atendimento privado e convênios.

Mais números

Em 2017, 64% das internações foram pelo SUS: 38.656. A taxa de ocupação foi de 93% e a média de permanência de seis dias. Para traçar um paralelo com hospital do mesmo porte, o Hospital de Clínicas, em Porto Alegre, que tem um orçamento três vezes superior ao do HSVP, internou 31.245 pacientes no ano passado, 7,4 mil a menos do que o hospital de Passo Fundo. Na emergência, o HSVP atendeu a 66.263 pessoas, sendo 91% pelo SUS. Já os atendimentos ambulatoriais foram de 1,4 milhão de pessoas, 70% pelo SUS e 30.133 foram os procedimentos cirúrgicos, 67% pelo SUS.

Procedimentos

Nos procedimentos cirúrgicos, a parcela de reembolso dos profissionais anestesiologistas, que o SUS faz ao Hospital, é de apenas 37,48%. O restante é pago pelo caixa único da Instituição. Isso representa dizer que, do valor pago de R$ 5,9 milhões, o hospital recebeu do SUS apenas R$ 2,2 milhões. Os R$ 3,7 milhões restantes saíram do caixa do HSVP. Neste dia em que completa 100 anos, resta a Passo Fundo e região agradecer a esta poderosa instituição que tem como missão cuidar de pessoas e salvar vidas.

Vitória coletiva

A assinatura do edital para licitação da tão esperada obra do aeroporto Lauro Kortz foi mais um passo rumo a solução de um gargalo que atinge mais de 100 municípios. É resultado de esforço coletivo, sim. Vários agentes envolvidos no processo. Cada um fazendo a sua parte e cada um com um pedacinho desta história para contar mais tarde. Mas também teve muita gente chegando em cima da hora para sair na foto. Isso já virou praxe em ano eleitoral. 

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