Projeto busca oferecer atendimento de saúde a pessoas em situação de vulnerabilidade

Pessoas em situação de rua, profissionais do sexo e usuários de drogas poderão ser beneficiados pela iniciativa

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Reunião aconteceu no plenarinho da Câmara de Vereadores de Passo FundoReunião aconteceu no plenarinho da Câmara de Vereadores de Passo Fundo
Reunião aconteceu no plenarinho da Câmara de Vereadores de Passo Fundo
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Um novo projeto busca a criação de um Ambulatório de Rua especializado no atendimento de pessoas em situação de rua, profissionais do sexo e usuários de drogas. O objetivo é o de aproximar atendimentos básicos de saúde dessas populações e também de mapear a realidade do município, uma vez que não há dados precisos em alguns casos. Na manhã de ontem, uma reunião entre representantes de diferentes órgãos, incluindo Câmara de Vereadores, Secretaria de Cidadania e Assistência Social (Semcas) e Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) discutiu a possibilidade e os papeis dos diferentes envolvidos.


O vereador Saul Spinelli explica que o Ambulatório de Rua está sendo pensado para levar o atendimento próximo de pessoas que nem sempre buscam as unidades de saúde convencionais. Por isso, contará com uma equipe multidisciplinar que irá às ruas, praças, edificações abandonadas e outros locais que servem de abrigo a essas pessoas em situação de rua. A intenção é oferecer atendimentos básicos como consulta médica, exames e testes rápidos de DSTs, e também de oferecer orientações em outras áreas. “O objetivo é valorizar e unir a rede de proteção e ir até as pessoas nessas situações, oferecer serviços e mostrar que existem opções de tratamento, visando a emancipação destas pessoas”, acrescenta.


O médico e professor da UFFS, Júlio Stobbe, faz parte do grupo que está organizando o projeto e explica que as discussões estão em andamento há cerca de um ano na Universidade. Para formatar o projeto foram buscadas referências bibliográficas de outros municípios que mantém iniciativas similares em funcionamento, a fim de formatar um projeto que melhor se adéque à realidade do município. O objetivo é buscar a união de esforços para garantir que o projeto saia do papel e possa se manter.


O secretário de Cidadania e Assistência Social, Vilson Lill, explica que o ambulatório é uma possibilidade real e uma necessidade do município. A política nacional de assistência à saúde prevê esse tipo de unidade móvel, mas exige uma série de questões legais que são mais complexas e podem aumentar a morosidade de sua implementação. “Como temos essa possibilidade de trabalhar com a UFFS que tem interesse em produzir conhecimento e nós necessitamos atender essa população que precisa ser atendida do ponto de vista da saúde, foi formatado um projeto e penso que deva deslanchar e se tornar realidade o mais breve possível”, pontua. O secretário reforça que o atendimento a ser prestado pelo Ambulatório de Rua deverá ser parecido com o de outras unidades de saúde do município. Não é intenção forçar as pessoas a saírem da rua.


O município de Passo Fundo tem registradas, hoje, 104 pessoas em situação de rua e 11 moradores efetivamente de rua, todos cadastrados. No caso dos profissionais do sexo não há dados e se tem uma dificuldade de acesso. O mesmo acontece com as pessoas em situação de drogadição. “Se tem muita dificuldade para ajudá-los porque primeiro a pessoa precisa querer sair dessa situação e posteriormente precisa ter um local onde fazer o tratamento e temos muito poucos. As instituições terapêuticas têm muita dificuldade de captar recursos da Secretaria Nacional Antidrogas que tem recursos específicos”, explica.

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