As convivências
Já que somos sociáveis, a convivência em sociedade é uma necessidade. Uma relação com os semelhantes que inicia na vida a dois, com a família e a vizinhança. Depois vamos agregando os colegas de escola ou de trabalho e as amizades que surgem do nada pelo trajeto todo. Conversamos, sorrimos, choramos, amamos e brigamos. Vamos dos relacionamentos profundos aos convívios rasos. Além de semelhantes, encontramos em todas as formas da comunicação um elo fundamental para enlaçar o grupo em que vivemos. A natureza está repleta de exemplos de convivências em grupo, que vai dos formigueiros aos cardumes. Observem que em todos esses grupos os seus indivíduos seguem algumas regrinhas, comportamento que mantém a unidade de suas sociedades. Já nós, que somos racionais, muitas vezes exageramos no pensamento e relaxamos em relação à conduta. Criamos algumas suposições prepotentes que atiçam os gestos egoístas. Como egoísmo e prepotência não combinam com convivência, é quando inicia a desfragmentação da tribo e pode até vir a cheirar mal.
As inconveniências
A solidão faz mal. Mas há momentos em que compreendo o gesto dos ermitões, que deram um chute na bunda da sociedade em busca da paz solitária. É quando o ser humano deve colocar na balança as desvantagens da solidão e as da sociedade mal-educada. As boas vibrações da vivência grupal são consumidas pela má conduta de alguns indivíduos. É quando entra em cena o desrespeito atiçado pelo egoísmo. Assim, num somatório de egoísmos, temos uma prepotência com abrangência coletiva. É exatamente isso o que ocorre no Centro de Passo Fundo, onde a poluição visual é adequadamente acompanhada por uma insuportável trilha sonora. Além de desviar das mercadorias expostas pelas calçadas, os indivíduos ainda têm seus indefesos ouvidos massacrados.
As impenitências
Meus cumprimentos aos lojistas que retiraram os alto-falantes direcionados às calçadas. Mas alguns estabelecimentos continuam nos agredindo com indesejados decibéis. Também temos a barulheira insuportável que vem dos carros de som. No sábado, foram mais de 15 em estridente procissão. Sim, apenas do circo eram quatro! Deve existir uma legislação sobre isso e, obviamente, requer fiscalização. Porém, entre uma moção de apoio e outra de repúdio, bem que os legisladores poderiam dedicar um tempinho para abafar esses alto-falantes. Nossa saúde ficaria agradecida e a convivência social fortalecida.
As incongruências
Impressiona a quantidade de abelhas na área central da cidade. É raro ver tantas abelhas em um ambiente urbano. Em pleno inverno, na ausência das flores, buscam doces nas lixeiras. Parecem tranquilas e bem ambientadas. Certamente já assimilaram o estilo de vida passo-fundense, pois algumas até batem ponto nas xícaras de café do Oásis.
As indivisências
Há um casal amigo que eu adoro e admiro-os muito pela cumplicidade. Tanto que tomei a liberdade de chama-los de “casal controle remoto”. Ela é o controle, claro.
Trilha sonora
Gravada originalmente em 1970 pela banda Badfinger, do País de Gales, a música de Pete Ham e Tom Evans ganhou magníficas interpretações. Estourou com Harry Nilsson e depois intercalou décadas nas paradas. Ficou ótima na voz de Mariah Carey - Without You
Use o link - https://bit.ly/2NLX4VZ