Aos poucos, mais grupos começam a chegar no município para o XIV Festival Internacional de Folclore, que começa nesta sexta-feira (17). Durante a madrugada de terça-feira (14), foi a vez da Colômbia e do Equador trazerem novos sons a Passo Fundo. Os grupos estão alojados na Casa de Retiros da Arquidiocese e, no mesmo local, juntam-se a eles nos próximos dias outras cinco campanhias vindas da Argentina, Minas Gerais, Peru, Chile e Maranhão. Nos dias livres, eles podem aproveitar para descansar, ensaiar, visitar a cidade e também optar por conhecer pontos turísticos da região Sul.
Colômbia
O Grupo Estímulo de Cali, situado no Valle Del Cauca, na Colômbia, começou as atividades ainda em 1984. A companhia, formada principalmente por pessoas com síndrome de down, chama a atenção pelo carinho existente entre eles. Enquanto conversavam, sentados no sofá da recepção da Casa de Retiros, o diretor musical, Yenner Obando Solon, ajudava com paciência uma das dançarinas a arrumar a identificação em volta do seu pescoço. "Nós temos que ensinar a todos que eles não são apenas especiais, mas também uma espécie de modelos de seres humanos. Queremos ensinar a todos que, se você fizer com amor, você consegue qualquer coisa", ele comenta. É a primeira vez deles no Brasil, mas o grupo já se apresentou em vários países da Europa, América do Sul e América do Norte.
A Companhia é formada por 38 artistas, entre dançarinos, músicos e atores. Para o Festival de Folclore, eles pretendem apresentar muita música, dança, teatro e tudo que envolve a arte em seu país. Para poder agradar o público, eles passam a semana treinando, de segunda a sexta-feira, durante toda a manhã. “Nas sextas-feiras, sábados e domingos, eles costumam se apresentar em alguns locais da Colômbia, principalmente na nossa cidade”, explica Solon.
Ainda se acostumando com o frio que está fazendo no município, eles esperam encontrar tempo para visitar alguns lugares e conhecer a cultura do Brasil. Além disso, "estamos muito contentes e muito orgulhosos em poder tentar ensinar a vocês e mostrar para vocês um pouco da cultura do nosso país", relata o diretor. O repertório conta com coreografias da região andina, do Pacífico, das costas do Atlântico e da região da ilha, resgatando suas tradições artísticas e culturais.
Equador
O Grupo Folclórico Yawarkanchik – Dança Festiva, Mestiça e Afro do Equador, que vem da cidade de Cuenca, chegou em Passo Fundo na manhã desta quarta-feira (15). Durante o Festival, eles pretender valorizar a cultura das comunidades Kichwa, povo indígena que está resistindo aos processos de globalização e ainda mantém suas formas de falar, de se vestir e de viver. “Reinvidicamos nossa história, é o encontro de vários povos e assumimos essas mestiçagem como algo que é real e ainda está presente. Tratamos de mostrar as diferentes identidades do nosso país", relata o diretor do grupo Yawarkanchik, Juan Pablo Morocho González.
Esta também é a primeira vez que o grupo equatoriano se apresenta em Passo Fundo. Ao todo, vieram para as apresentações 23 artistas, entre os bailarinos e os músicos, estes que fazem parte de outra companhia, chamada de Grupo de Música Folclórica Takiwan, também da cidade de Cuenca. Os dois grupos, embora independentes, trabalham juntos com frequência. Segundo o maestro do grupo, Juan José Andrade Rodríguez, "o repertório musical do grupo trabalha em conjunto com a dança e com os elementos das províncias de nosso país, sempre enfatizando a cultura regional". O Takiwan existe há 17 anos e realiza festivais no Equador e também em outros países.
Para os equatorianos, a receptividade do povo brasileiro foi muito importante para que eles se sentissem inseridos na cultura do Brasil. "Desde o momento em que pisamos no aeroporto, sentimos o aconchego dos brasileiros e em particular das pessoas de Passo Fundo. Uma logística impecável, o transporte de deslocamento, a comida e a hospedagem foram muito bons. Estamos muito contentes de poder compartilhar nossa cultura e nossa arte do Equador", comenta González.
Para poder participar dos diversos festivais, o grupo equatoriano trabalha por cerca de nove meses antes de cada evento. Os grupos não pertencem a nenhuma instituição e, para manterem-se, contam com o apoio de projetos que ajudam artistas populares e com patrocinadores. A maioria dos integrantes, tanto do grupo Yawarkanchik quanto do Takiwan, são estudantes e outros já possuem formação profissional em diferentes áreas.
Ingressos
Até a tarde desta quarta-feira (15), 30% dos ingressos para os espetáculos do XIV Festival Internacional de Folclore haviam sido vendidos - cerca de 1.500 para a abertura e mil para a noite de encerramento. Até o momento, a média de venda por dia chega a 800 ingressos. Os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria do Casarão da Cultura, no Parque da Gare, das 9h às 19h, e também entrando em contato pelo telefone (54) 99947-8100. Na compra antecipada dos ingressos para os dias 18, 19, 20, 21, 22, 23 e 24 de agosto, é oferecido 50% de desconto para todas as pessoas.