Passo Fundo tem 201,7 mil habitantes segundo estimativa populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O dado foi divulgado ontem (29). A taxa de crescimento foi de 1,49% em relação ao número de 2017, quando o número de moradores era de 197,7 mil, segundo o mesmo cálculo. Este foi o segundo maior crescimento em termos percentuais desde o último Censo Demográfico, realizado em 2010. Ficou atrás somente de 2013, quando a estimativa de crescimento foi de 3,8% em relação a 2012. É no censo que se confirma o número preciso de habitantes.
O índice do município, que está acima da taxa média brasileira de crescimento populacional (0,82%), é positivo segundo análise do coordenador do IBGE da Agência de Passo Fundo, Jorge Bilhar. “Vamos confirmar essa estimativa no Censo 2020. Ainda tem mais uma estimativa, que é a de 2019. Mais isso é o crescimento da região norte e Passo Fundo se destaca hoje como polo e que justifica esse número de pessoas”, salienta. Conforme Bilhar, o dado é calculado a partir de outras estatísticas do instituto, como a PNAD Continua, o número de nascimentos, abertura de novas empresas e também a análise de motivações migratórias.
O aumento da população traz consigo a necessidade de planejamento urbano. “É um grande desafio para o gestor público. A gente não leva isso como ponto negativo porque o planejamento faz parte da gestão do próprio prefeito e dos legisladores propor projetos que venham beneficiar esse contingente de pessoas que estão se instalando aqui na cidade e que ainda tem muitas carências, como a gente vê. Tem que haver investimento estrutural e logístico em função até da mobilidade das pessoas e também o desenvolvimento de pessoas que vêm projetar negócios aqui. A prova disso está em função das empresas que estão se instalando, como o Passo Fundo Shopping e a Havan. As pessoas veem esses anúncios e investimentos previstos e vem morar aqui. A expansão está sendo normal e é muito boa para Passo Fundo”, enfatiza Bilhar.
Se o município mantiver a taxa de crescimento dos últimos anos, em 2050 terão 264 mil habitantes conforme projeção do instituto.
Utilização dos dados
As estimativas dos municípios são apresentadas pelo IBGE ao Tribunal de Contas da União (TCU) anualmente. Além de servir como termômetro para possibilidades de negócio nas cidades, os números são referências para calcular as verbas públicas que retornarão às cidades, como o Fundo de Participação, ICMS, entre outros.
Censo 2020
Os dados da estimativa só serão confirmados no Censo Demográfico de 2020. Porém, para que o IBGE execute o projeto, é necessário orçamento. “É uma responsabilidade muito grande dos políticos que irão se eleger. Esperamos que consigam compreender a importância do Censo. A população depende destes dados para poder sobreviver. Espero que o próximo governo não subestime as verbas do IBGE fazer o censo porque isso é de suma importância para o desenvolvimento da nação e também de projetos que venham atender as demandas de qualidade de vida dos cidadãos brasileiros. Seja no emprego, na educação ou na saúde, nós precisamos destes dados. Caso não haja verba, quem vai ser prejudicado não vai ser o governo, não vai ser o deputado, mas sim a população brasileira que necessita destes serviços essenciais”, alerta o coordenador da Agência de Passo Fundo.
Metodologia do cálculo
A metodologia adotada para estimar os contingentes populacionais dos municípios brasileiros baseia-se na relação da tendência de crescimento populacional do município, observada entre dois censos demográficos consecutivos, com a tendência de crescimento de uma área geográfica maior, as Unidades da Federação. O método adotado tem como princípio fundamental a subdivisão de uma área maior, em áreas menores, de tal forma que seja assegurada ao final das estimativas das áreas menores a reprodução da estimativa, previamente conhecida, da área maior através da soma das estimativas das áreas menores. As populações das Unidades da Federação são obtidas, a cada ano, da última projeção populacional disponível. Além disso, as estimativas municipais incorporam, ano a ano, remanejamento da população resultado de alterações de limite territorial que ocorrem entre os municípios. Dessa forma, a comparação histórica das estimativas anuais deve ser feita com cautela.
Estimativa – ano
201.767 – 2018
198.799 – 2017
197.798 –2016
196.739 – 2015
195.620 - 2014
194.432 – 2013
187.298 – 2012
186.082 – 2011
184.826 – 2010 * Censo demográfico