Sintoma comum dos nossos tempos, as pessoas, de forma geral, se acomodam em torno do que é popular e esquecem de explorar novas possibilidades. Quando se fala em serviços de streaming, 19 em 20 pessoas falam da Netflix e costumam se limitar ao que ela oferece – já comentei sobre isso em outras ocasiões, de como a Netflix, enquanto tem um lado muito bom, por outro acaba acostumando as pessoas a verem apenas o que ela seleciona e como essa seleção esquece 90% do que já foi produzido na história do cinema e da televisão mundiais.
Sexta estreou na Amazon Prime a série Tom Clancy’s Jack Ryan. O personagem, derivado de uma série de livros de Tom Clancy, é um agente de inteligência e análise da CIA e pode ser desconhecido para muitos, mas é velho conhecido das telonas. Foi protagonista de um filmaço chamado Caçada ao Outubro Vermelho, na pele de um magrinho Alec Baldwin, e depois foi interpretado por Harrison Ford em Jogos Patrióticos e Perigo Real e Imediato. Rejuvenesceu na pele de Ben Affleck em outro filmaço pouco lembrado, A Soma de Todos os Medos (em que uma bomba nuclear explode nos Estados Unidos) e ganhou uma quinta adaptação que passou quase em branco, apesar de ser bem legalzinha, Operação Sombra: Jack Ryan, onde o personagem é vivido por Chris Pine.
A série que estreou no serviço de streaming da Amazon (e que no Brasil é três vezes mais barata do que a Netflix e ainda cobra apenas R$8,00 nos primeiros seis meses) traz John Krasinski, ator que eu gosto muito e que dirigiu o ótimo Um Lugar Silencioso, na pele do personagem, em tramas envolvendo terrorismo e as inquietas relações de segurança nos EUA, Europa e Oriente Médio. São oito episódios já disponíveis.
Aliás, para quem não conhece o Prime, há ótimas séries ali. Lore, uma série de contos de terror, The Man In The High Castle, que imagina um mundo contemporâneo em que as nazistas venceram a segunda guerra, American Gods, baseado na obra de Neil Gaiman, Electric Dreams, baseado na obra de Phillip K Dick e da qual já ouvi recomendações fabulosas, além de séries premiadas como The Marvelous Mrs. Maisel, Mr. Robot e Mozart In The Jungle. O catálogo de filmes é variado e tem vários títulos que a Netflix não tem.
Fica a dica: sair do quadrado conhecido por todos e explorar o que a Prime da Amazon tem a oferecer (alguns televisores já têm o aplicativo da plataforma, e se não for seu caso, há sempre a possibilidade do notebook e do cabo HDMI que o liga à televisão).
BERGMAN HOJE NA CASA DE CULTURA
Nesse sábado, dia 01, tem encontro marcado para falar de cinema na Casa de Cultura Vaca Profana. “Uma Noite com Ingmar Bergman” continua as comemorações do centenário de nascimento do diretor, falecido em 2007, que começaram com as exibições dos filmes da mostra trazida pelo SESC, que começou no dia 14 e encerrou no dia 30.
A partir das 18:30, estarei conduzindo um bate-papo sobre o estilo, os temas, a abordagem e os filmes de um dos maiores diretores da história do cinema. Indicado para quem não conhece o diretor e quer conhecer, e para quem ama Bergman e quer bater um papo sobre sua obra. O clima é informal, de roda de conversa mesmo, com exibição de imagens e cenas para ajudar na troca de ideias.