As previsíveis previsões
Dos pequenos alagamentos às inundações, as chuvas sempre deixam consequências no mínimo desagradáveis, quando não perigosas. Um volume excessivo de chuva até poderia servir de justificativa para esses problemas. Mas não é um argumento lógico. Chuvas fortes e temporais não são constantes, mas são ocorrências cíclicas. Ora, se sabemos que de tempos em tempos enfrentaremos uma chuvarada, não é mais um fenômeno. Nem acidental, pois são ocorrências bem previsíveis. Assim, devemos estar muito bem preparados para enfrentar essas situações que, sabidamente, acontecerão. Ora, então necessitamos de uma infraestrutura maior para suportar essas chuvaradas. Um planejamento que começa pelos telhados, passa pelas calhas, calçadas, sarjetas e bocas-de-lobo, para desembocar nos esgotos pluviais. Abro parêntesis (por que esgoto pluvial fede como esgoto cloacal?) fecho parêntesis. Além dos dutos mal dimensionados, a água ainda esbarra no lixo acumulado pela má-educação. Mas logo vem o sol e tudo que fica por debaixo da terra acaba esquecido. Pelo menos até a próxima chuvarada. É uma pena que a chuva não refresque a memória, para pensarmos num futuro em que as águas não mais irão rolar. Chega de imediatismos, vamos olhar para o futuro! Não pelas previsões de uma pitonisa, mas pelos argumentos dos cientistas.
Redes do desrespeito
Enquanto bem-educada, respeitadora e bem-intencionada, a catequese política é bonita e saudável às estruturas da sociedade. Porém, jamais pode desrespeitar à nossa privacidade. A propaganda política quando excessiva é nauseante. Agora provoca enjoos pelas redes sociais, onde o dono de um perfil se dá ao direito de agir como se fosse um marqueteiro de campanha. Quem se utiliza de instrumentos como WhatsApp ou Facebook é vítima compulsória de um bombardeio politiqueiro. Pior para aqueles que estão trabalhando, na correria e aguardando por uma mensagem. Ouvem o sinal, vão conferir e lá está a fotografia de algum candidato. Geralmente, essas imagens vêm acompanhadas de palavras que reunidas não merecem ser uma frase.
Redes da maldade
Essas postagens não têm o mínimo encanto. Perderam a graça, transformaram-se em chatice, sem a mínima consideração e respeito aos incautos destinatários. Porém, além da má-educação, muitas também vêm carregas pela má-fé. Observando as repetitivas expressões de um vocabulário cerceado e cerceador, fica nítida uma origem comum. Chegam carimbadas pela ignorância e, na maioria dos casos, carregadas pela maldade. Além de nos incomodar, ainda ficam nos tirando para bobos. Sim, trazem o absurdo como verdadeiro e mostram o abstrato como concreto. Ou vice-versa. Produzir informações falsas é crime. Repassá-las, idem. Mas como são divulgações repetitivas, através de redes de distribuição, estão enquadradas também em outros crimes. Ou seja, agem criminosamente e ainda enchem-nos o saco. Até quando? Os caminhos da internet permitem rastreamentos para identificar e acompanhar as mensagens. Ora, diante de tantas ferramentas, por que ainda não desmantelaram essas redes? São quadrilhas. E quadrilhas têm chefes.
Trilha sonora
Agradeço ao Paulo Cirne pela preciosa dica. A obra do brasileiro Heitor Villa-Lobos na clássica Fender de um guitarrista inglês (ex-Yes). Steve Howe - Bachianas Brasileiras nº 5
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