A Semana da Pátria busca estimular o patriotismo e o respeito aos símbolos nacionais. É com base nesses valores que a comunidade deve lotar as arquibancadas da avenida Sete de Setembro nesta sexta-feira (07), para prestigiar os desfiles cívicos em comemoração da Independência do Brasil. As entidades desfilam mostrando um pouco do trabalho desenvolvido e também de temas pertinentes na sociedade. Como já ocorre tradicionalmente, o Desfile Militar, com o exército, militares e Secretaria de Segurança, deve abrir as comemorações. O desfile tem início às 8h30min.
Os temas municipais deste ano serão a Guarda Municipal de Trânsito, os 80 anos da 7ª Coordenadoria Regional de Educação, os 90 anos do Grupo de Escoteiros Guaranis, os 60 anos da Escola Estadual de Ensino Médio Ernesto Tocchetto e os 30 anos do Curso de Eletrônica do Instituto Estadual Cecy Leite Costa. Como tema estadual, serão os 100 anos do Tribunal de Justiça Militar. Já o tema nacional são os 50 anos do Projeto Rondon.
Uma das atrações principais, e que chama muito a atenção do público, são os desfiles das bandas marciais. As batidas e os sons, relacionados ao militarismo, passaram a chegar nas escolas entre os séculos XVIII e XIX. Foi nesse momento que as bandas marciais começaram a colorir as ruas nos desfiles da Independência. Em Passo Fundo, algumas instituições ainda lutam para manter viva a memória das bandas nos dias de hoje.
EEEF Maurício Sirotsky Sobrinho
O projeto da banda escolar da escola estadual Maurício Sirotsky Sobrinho teve início em 1994. Ela simboliza o resgate da cultura e o desenvolvimento dos jovens nas áreas da arte, cultura e lazer. Atualmente, a banda conta com a participação de cerca de 40 participantes, do 6º ao 9º ano. Os alunos são ensinados com o instrutor José Augusto Nunes, ex-aluno da escola e também integrante da banda. Eles vão tocar trompete, bumbo, caixa, tarol e os pratos. Os instrumentos, que foram sendo adquiridos pela escola ao longo dos anos, são sempre reutilizados, já que se tratam de peças caras. As vestimentas padronizadas foram confeccionadas por alunos, professores e funcionários, e também são reaproveitadas de um ano para outro. Os ensaios começam desde maio, duas vezes por semana.
A banda se mantém com os recursos estaduais e federais, mas também é necessário realizar a tradicional festa junina, rifas e recolher matéria reciclável para venda e obter o dinheiro necessário. Por mais que a escola tenha o professor que ensine as crianças e os adolescentes, seria necessário ter mais pessoas voluntárias, pois a aprendizagem dos instrumentos requer desempenho o ano todo.
Para poder participar da banda, a escola utiliza como critério e incentivo o bom desempenho escolar. Os ensaios ocorrem no turno posterior as aulas, e os pais recebem desde o início bilhetes pedindo a permissão para que os filhos possam desfilar. “Às vezes fica difícil conciliar os horários, mas assim como é o sonho de muitos pais, os filho herdam esse sonho. Acredito que manter a tradição dos desfiles com bandas seja muito importante, pois é uma forma de homenagear a pátria. Os alunos estudam toda a história em sala de aula, e por mais que alguns valores tenham se perdido, talvez devido as condições atuais que o país oferece, é necessário preservar a tradição, pois tem muito valor”, comenta a diretora da escola, Márcia Scariot.
EEEM Ernesto Tochetto
A banda marcial da escola estadual Ernesto Tochetto surgiu há 10 dez anos. Os instrumentos do primeiro desfile eram latas que os próprios alunos montaram. No ano seguinte, a Rota de Clube doou os instrumentos para a escola, e foi possível misturar as latas com os sons originais. Este ano, serão cerca de 40 alunos, do 1º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio, que irão desfilar na avenida. Os instrumentos tocados são o bumbo, tarol, caixa, chocalho, prato e o tambor de som grave, também conhecido como surdo. Só foi necessário adquirir para este desfile, dois bumbos novos. A vestimenta vai ser uma camiseta específica, comprada pelos alunos.
Mas para apresentar toda a sinfonia e agradar ao público, a rotina de ensaio não é tarefa fácil. São seis meses de preparação. As aulas para aprender os instrumentos começam em março, e os alunos ensaiam uma vez na semana até o mês de maio. Nos meses de junho e julho são duas vezes na semana. Em agosto, de duas a três vezes na semana, até que chegue a semana que antecede o desfile do dia 7 de setembro, onde o trabalho é intenso, e os alunos ensaiam todos os dias, no período intermediário ou posterior às aulas. Ao todo, são cerca de 70 horas de ensaio.
O maestro, Márcio Nascimento, é ex-aluno da escola, e agora ajuda as crianças a aprenderam os instrumentos. “É uma relação de pai que tenho com eles. Eu ajudo a escola há seis anos, eles aprendem bem rápido e também fazem muitas perguntas sobre o mundo lá fora. Nós tentamos sempre aconselhar eles e desenvolver o jovem para a música, mostrando o melhor caminho”, comenta. Ao todo, a variação da música tem 14 batidas. O maestro já trabalhou com uma banda de deficientes físicos, e com isso pode aconselhar cerca de três alunos da escola Ernesto Tochetto que possuem algum comprometimento. O Rogério Guarienti, que está sendo alfabetizado em braile na escola, pois possui baixa visão, vai participar do desfile tocando tarol. A mãe, que não perde os ensaios, conta que o menino de 15 anos tem um amor muito grande pelos instrumentos, e adora o violão e o teclado.
Manter a tradição e mostrar o amor pela escola, é a principal motivação dos alunos na hora de se apresentar. “É a valorização do aluno pela sua escola. Eles levam o nome da escola e mostram a importância dela na vida de cada um. Para poder participar da banda eles precisam ter um bom desempenho, e principalmente ter motivação. O gostar da escola faz com que os alunos venham, ensaiem e se apresentam. Todos estão sempre muito empolgados desde o início do ano letivo, perguntando quando que vão começar os ensaios e quando que eles vão poder se organizar. Além disso, é uma honra ser uma das escolas homenageadas, pois é o resultado da nossa dedicação”, comenta a diretora da escola, Luciane Rebonatto.
A escola também tem exemplos de ex-alunos que fizeram parte da banda no passado e agora auxiliam na preparação do desfile e dos adolescentes. Há dez anos, a estudante de física, Bianca Vieira, teve a honra de participar da primeira banda marcial da escola. Ela estava na quarta série. “A primeira vez que participei foi porque uma professora me convidou, e como sempre gostei de dançar, tive muita curiosidade. E posteriormente, a sensação de estar na avenida era muito emocionante. Todos os anos passamos por algumas dificuldades, e às vezes é difícil conciliar tempo e reunir esforços. O legal é ver a evolução deles, e ver que a nossa força de vontade rendeu frutos maravilhosos”, comenta. A continuação das balizas nos desfiles, foi graças ao incentivo e a ajuda da Bianca.
EEEM Protásio Alves
A banda da escola estadual Protásio Alves foi revitalizada em 2016, e já possuía os instrumentos dos quais eles desfilam na avenida. Serão 10 alunos do ensino médio, que em conjunto tocam tarol, pratos e bumbo. Este ano, o grupo deve colorir a avenida Sete de Setembro com tons de vermelho, preto e branco. As vestimentas foram um empréstimo dos alunos que participaram no ano anterior, e foram eles que conseguiram comprar as roupas após tocar no semáforo e arrecadar o dinheiro.
A aluna do 3º ano do ensino médio, Fernanda Monteiro, e que também está coordenando o grupo este ano, comenta a dificuldade de manter os alunos na banda. “Eu comecei a tocar no primeiro ano, mas percebi que a banda foi diminuindo cada vez mais. As pessoas perdem o interesse. A gente espera que a escola consiga mais recurso para comprar instrumentos melhores e, consequentemente, aumentar a banda, pois é um patrimônio da escola e nós temos que manter isso”, disse.
O desfile do Sete de Setembro é uma oportunidade de manter a tradição que já foi mais intensa no país. “Eu acho que resgatar o patriotismo, o civismo e os valores é muito importante para a cultura. Antigamente, eles possuíam uma disciplina na escola de moral e cívica, mas que foi retirado do currículo, e o desfile, todos os anos, é uma forma de resgatar essa tradição e mostrar o amor à pátria”, relata a diretora do colégio, Dileta Marinha da Silveira.
Colégio Tiradentes
O tradicional desfile realizado pelo Colégio Tiradentes da Brigada Militar, tem uma banda composta por 28 alunos e os demais são pelotões divididos. Ao todo são 233 componentes. A banda existe desde 2009, e todo ano com a chegada de novos alunos, vai se renovando. São 29 instrumentos, entre percussão e sopro. A vestimenta é composta por uma túnica branca com calça azul, roupa padrão dos colégios Tiradentes. Os ensaios para o desfile são em conjunto com a formatura geral, que ocorre toda semana, e também com os treinamentos no final das tardes. Essa semana foram realizados ensaios na terça-feira (04) e quarta-feira (05).
O colégio vai desfilar contemplando as bandeiras do Brasil, do Rio Grande do Sul e também da instituição. Também terá bandeiras que ilustram a história do Brasil. “O desfile é muito significado para o colégio, pois é a oportunidade de os alunos representarem o militarismo e os serviços prestados pela Brigada Militar, enfatizando o amor pela pátria.”, comenta o responsável pelo corpo de alunos, Tenente Luiz Fernando Borges dos Santos.
Ordem do desfile
1.Desfile Militar - Exército, militares e Secretaria da Segurança
2.Academia Social de Preparação as Escolas Militares (ASPREM)
3.14º Distrito Escoteiro - Grupo Escoteiro Guaranis, Grupo Escoteiro Passo do Guaraé, Grupo Escoteiro Maragatos, Clube de Aventureiros Soldados do Rei, Clube Desbravadores Sentinelas do Planalto
4.COMAI - grupos da 3ª idade
5.APAE
6.Escola Municipal de Autistas Professora Olga Caetano Dias
7.EMEI Menino Deus Professor Bandana
8.Escola de Educação Infantil Sonho Meu
9.EMEI Maria Elizabeth
10.Escola Estadual de Ensino Fundamental Maurício Sirotsky
11.Escola Particular de Ensino Fundamental do Reino
12.Escola Estadual Ernesto Tocchetto
13.Instituto Estadual Cecy Leite Costa/Curso Técnico em Eletrônica
14. Escola Estadual de Ensino Médio Protásio Alves
15.Kangoo Brasil
16.ONG Amor
17.Inviolável Passo Fundo e Projeto Hajime – Início para o Futuro
18.SENAI
19.Grupo de Capoeira Liberdade Casa Grande
Programação avenida 7 de Setembro
7h30min: Deslocamento do Fogo Simbólico do 3º RPMon até o Altar da Pátria.
8h: Assume a Guarda da Pira representação do Exército Brasileiro.
8h15min: Revista às tropas pelo coronel Euclésio Ely, comandante do CRPO-P e por Gilmar Teixeira Lopes, presidente da Liga da Defesa Nacional.
8h30min: Início do Desfile da Pátria 2018
17h: Extinção do Fogo Simbólico - pronunciamento das autoridades e encerramento das festividades
