OPINIÃO

O Brasil que ajudo a construir

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Passada a Semana da Pátria aproxima-se, no Rio Grande do Sul, a Semana Farroupilha. Os líderes e outras pessoas envolvidas naqueles acontecimentos, certamente, sonharam e tinham perspectivas de profundas mudanças para melhorar vida da população. Ainda mais que se tratava de implantar um novo modelo de governo. Claro, não se vive só do passado recordando e cantando aqueles feitos, porém eles não podem ser esquecidos, perdidos e nem relativizados. Também, o desenvolvimento histórico não é só ascendente e nem isento de crises. Chegamos ao momento presente no qual os atuais cidadãos assumem a responsabilidade de construírem o Brasil e o Estado. Tarefa que não pode ser simplesmente delegada para alguns.


A Doutrina Social da Igreja tem entre seus ensinamentos o princípio da subsidiariedade. “É impossível promover a dignidade da pessoa sem que se cuide da família, dos grupos, das associações, das realidades territoriais locais, em outras palavras, daquelas expressões agregativas de tipo econômico, social, cultural, desportivo, recreativo, profissional, político, às quais as pessoas dão vida espontaneamente e que lhes tornam possível em efetivo crescimento social” (Compêndio da DSI, nº 185). Do Estado se espera uma atitude em sentido positivo que se expressa em ajuda econômica, institucional, legislativa oferecida às entidades sociais menores e outra de implicações negativas, que impõem ao Estado abster-se de tudo o que venha a restringir o espaço vital das células menores e essenciais da sociedade.


Outra forma fundamental de ajudar a construir a pátria é a participação do cidadão para contribuir na vida cultural, econômica, política e social da comunidade a que pertence. A participação pode ser individual ou de forma associativa. A participação é um dever a ser conscientemente exercido por todos, de modo responsável em vista do bem comum. Deve ser favorecida a participação das pessoas mais marginalizadas e com menos poder de influência. A alternância dos representantes das formas associativas evita que se instaurem privilégios para estes representantes.


Uma forma muito importante de participação é o voto que exige dos votantes um grande processo de discernimento para fazer a melhor escolha possível. As próximas eleições desafiam os cidadãos a dedicarem um bom tempo para escolher em quem e como votar para Presidente, Senador, Deputado Federal, Governador e Deputado Estadual. É indispensável fazer uma leitura da realidade; saber distinguir as funções e competências de cada função; fazer o discernimento sobre os candidatos: postura ética, propostas, a competência.


“Voto não tem preço, mas tem consequências” é um ditado que vai se afirmando. Cada eleitor ao votar em alguém, ou votar em branco ou anular o voto está revelando o que pensa, como está colaborando com o país, quais as mudanças que aponta como necessárias. Qualquer alternativa diante da urna é uma tomada de posição que cada cidadão deve assumir responsavelmente diante do país. Nos regimes democráticos a participação é a garantia da permanência da própria democracia, pois o povo atribui aos representantes poderes e funções a serem exercidos em seu nome, por sua conta e em seu favor. O poder dos cidadãos é delegado e, por isso, a legitimidade legal e moral do exercício de quem exerce o poder requer a presença, a escuta e o envolvimento de quem o delegou.

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