OPINIÃO

Educação: dever de todos

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É baixíssimo o percentual de brasileiros às vésperas de concorrer a uma vaga no ensino superior com conhecimento adequado em Língua Portuguesa. Apenas 1,62 % dos estudantes da última série do Ensino Médio que fizeram os testes desse componente curricular no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2017 alcançaram níveis de aprendizagem classificados como adequados pelo Ministério da Educação (MEC). O percentual equivale a cerca de 20 mil estudantes do total de 1,4 milhão que fez a prova nessa etapa. Em Matemática a situação não é muito diferente: somente 4,52% dos estudantes do ensino médio avaliados pelo Saeb 2017, cerca de 60 mil, superaram o nível 7 da Escala de Proficiência da maior avaliação já realizada na Educação Básica brasileira.

 

 

Se nada for feito pelo Ensino Médio brasileiro, em breve os anos finais do Ensino Fundamental vão superar a última etapa da Educação Básica em relação aos ganhos de aprendizagem. O alerta vem dos resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2017 divulgados nesta quinta-feira, 30 de agosto, pelo MEC e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em coletiva de imprensa na sede do Ministério. As evidências demonstram um Ensino Médio praticamente estagnado desde 2009, e que tem agregado muito pouco ao desenvolvimento cognitivo dos estudantes brasileiros.
No 5º ano do Ensino Fundamental, o Saeb 2017 revelou avanços no desempenho de Língua Portuguesa e Matemática. Nas duas áreas do conhecimento os estudantes brasileiros apresentam nível 4 de proficiência média, o primeiro nível do conjunto de padrões considerados básicos pela Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação. No 9º ano do Ensino Fundamental também há avanços, porém menores. Ao final dessa etapa os estudantes brasileiros apresentaram nível 3 de proficiência média em ambas as áreas de conhecimento avaliadas, considerado insuficiente pelo MEC. A Escala de Proficiência de Língua Portuguesa é dividida entre os níveis 0 e 9, enquanto a de Matemática é entre os níveis 0 e 10.


Em termos das diferenças de aprendizagem entre estudantes de nível socioeconômico mais baixo e mais alto, o estado do Ceará é o que apresenta a menor diferença e o estado de Roraima tem a maior diferença de aprendizagem.


De acordo com o Saeb, o Indicador de Nível Socioeconômico das escolas visa situar o conjunto dos alunos em estratos socioeconômicos, definidos pela posse de bens domésticos, renda e contratação de serviços pela família dos alunos e pelo nível de escolaridade de seus pais.


No 5º do Ensino Fundamental, em Língua Portuguesa a proficiência média nacional é de 215 pontos e, novamente, em 15 estados os estudantes ficaram abaixo desta média. Esta pontuação equivale ao nível 4 de proficiência, no qual o estudante consegue identificar o efeito de humor em piadas e assuntos comuns a duas reportagens, entre outras habilidades.


O Maranhão apresentou o pior resultado, alcançando apenas 183,3 pontos. Os estudantes em São Paulo, por exemplo, alcançaram 230,3 pontos.


A rede estadual do Rio Grande do Sul melhorou seu desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) em 2017 em relação com a edição anterior, de 2015, em todas as etapas da Educação Básica. Os dados pelo Ministério da Educação apontam, no entanto, que nem no Ensino Fundamental, nem no Ensino Médio, as escolas estaduais conseguiram atingir a meta definida para a rede.


A situação mais preocupante é no Ensino Médio, etapa em que as escolas estaduais gaúchas atingiram um desempenho de 3,4, em uma escala de zero a 10. O resultado foi melhor do que o verificado em 2015 (3,3), mas está abaixo da média do país, que foi de 3,5. Também é bem inferior à meta estipulada para a rede, de 5,1. Em comparação com os demais Estados, manteve a 15ª.
Tenho observado que a expectativa de todos os brasileiros está voltada para a solução Brasília. Tenho feito a seguinte pergunta: onde é que aprendemos a ler, escrever e a realizar as quatro operações básicas de matemáticas?

 

Fonte: MEC; GauchaZH; INEP.

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